Os advogados do ultradireitista Anders Behring Breivik, autor do duplo atentado no qual morreram 77 pessoas na Noruega, pedirão a redução de sua pena, alegando que seu cliente colaborou com a polícia e não quis disparar contra crianças.
Essa será a estratégia dos advogados Geir Lippestad e Vibeke Hein Bæra adiantada nesta sexta-feira (28/10) pelo jornal norueguês VG e que estes devem apresentar dentro de algumas horas em entrevista coletiva em Oslo.
Entre os atenuantes aos quais recorrerão está o fato de o fundamentalista cristão ter reconhecido desde o primeiro momento ser o autor dos atentados e ter proporcionado explicações minuciosas sobre os preparativos e a realização, o que segundo as leis norueguesas deveria diminuir a pena em um terço do total.
Além disso, alegam que Breivik tentou ligar pelo menos duas vezes para a polícia para se render e não quis disparar nas várias crianças que estavam na ilha de Utoeya, onde assassinou 69 pessoas. Os advogados consideram também que a segurança deficiente no bloco governamental de Oslo e em Utoeya, assim como a lentidão da polícia , contribuíram para Breivik completar sua ação terrorista.
Improvável
No entanto, juristas consultados pelo “VG” duvidam da estratégia da defesa, uma vez que a natureza dos atentados não parece admitir atenuantes. A Promotoria norueguesa ainda não decidiu se acusará Breivik por crimes contra a humanidade, com o que poderia ser condenado a até 30 anos de prisão, diferente da pena máxima de 21 anos que prevê o código penal norueguês.
O direito norueguês inclui, no entanto, uma figura denominada “forvaring” que permite estabelecer penas adicionais prorrogáveis de forma indefinida, se considerar que o réu continua sendo um perigo para a sociedade – o que, na prática, pode se transformar em uma pena perpétua. A previsão é que o julgamento comece no primeiro semestre de 2012, mas ainda não há uma data definida.
Os advogados de Breivik visitarão hoje a fazenda que este possuía na localidade de Åsta, a 160 quilômetros de Oslo, e onde fabricou e escondeu a bomba que detonou no centro da capital. A polícia norueguesa avaliou a possibilidade de fazer uma reconstituição dos fatos na fazenda com Breivik, similar a que fez em Utoeya três semanas depois dos atentados. Porém rejeitou a ideia ao considerar que os dados fornecidos pelo ultradireitista e as investigações realizadas eram suficientes para determinar que ele fabricou a bomba sem ajuda.
Breivik detonou no dia 22 de julho um carro-bomba no complexo governamental de Oslo, onde morreram oito pessoas, e imediatamente depois se transferiu à ilha de Utoeya, onde disparou de forma indiscriminada matando outras 69 pessoas no acampamento da Juventude Trabalhista.
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