O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ana noite desta sexta-feira (24/9) que um representante iraniano se reunirá em outubro com membros do chamado grupo “5+1” para tentar retomar o diálogo sobre o programa nuclear de seu país.
“Estamos preparados para conversar. As portas estão abertas ao diálogo, mas dentro do marco da justiça e do respeito”, afirmou Ahmadinejad.
Leia mais:
Amorim conversa com Ahmadinejad após reunião do Conselho de Segurança da ONU
Amorim deve apelar a Ahmadinejad pela libertação de norte-americanos presos no Irã
Norte-americana libertada pelo Irã agradece ao Brasil e pede mais ajuda
Para Irã, polêmica ocidental sobre Sakineh é propaganda
Cuba e Irã retomam apelo por “nova ordem mundial” na ONU
Em entrevista coletiva em Nova York, reproduzida pela televisão estatal iraniana PressTV, o presidente anunciou que o Irã esá disposto a interromper o processo de enriquecimento de urânio a 20%, se consiguir as garantias de que o combustível nuclear será fornecido desde o exterior.
Ahmadinejad revelou que alguns representantes do grupo, integrado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia) mais a Alemanha, já se reuniram com o chefe da diplomacia iraniana, Manouchehr Mottaki, durante a Assembleia das Nações Unidas.
Da mesma forma, sugeriu que a data para o reatamento dos contatos pode ser fixada assim que a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, entrar em contato com representantes iranianos.
“De acordo com os planos prévios, possivelmente em outubro, um representante do Irã se reunirá com um membro do '5+1'. Acho que Ashton, se entrar em contato com um representante iraniano, poderá fixar uma data”, disse.
Ahmadinejad pronunciou estas palavras poucos dias depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter voltado a repetir sua oferta de diálogo ao Irã.
“Esperamos que em outubro possamos estar preparados para retomar o diálogo, embora já tenhamos dito quais são nossas condições prévias”, acrescentou.
Grande parte da comunidade internacional, liderada por Washington, acusa Teerã de ter fins militares em seu programa nuclear. O Irã rejeita essas alegações e garente que há apenas objetivos pacíficos, como tratamentos médicos e geração de energia.
Outras negociações
O Irã anunciou tempo atrás que precisava de combustível nuclear para o reator de produção de isótopos médicos que tem na capital.Em novembro do ano passado, França, Rússia e EUA ofereceram a Teerã a possibilidade de trocar esse combustível por suas reservas de urânio a 3,5%.
O Irã colocou objeções ao acordo, e em fevereiro deste ano, decidiu enriquecer o urânio por seus próprios meios, e por isso a comunidade internacional impôs novas sanções.
A este respeito, Ahmadinejad anunciou na sexta-feira a disposição de seu país de interromper o polêmico enriquecimento de urânio se receber as garantias que lhe será fornecido o combustível nuclear que reivindica.
“Não faz parte de nosso interesse enriquecer [urânio] a 20%. Eles [a comunidade internacional] politizaram a questão, e acabamos obrigados a fazê-lo para salvar nossos doentes”, afirmou.
“Estamos dispostos a considerar a possibilidade de interromper o enriquecimento desde o momento no qual recebamos o combustível nuclear que necessitamos”, acrescentou.
Na mesma linha, indicou que o Irã permitirá as inspeções dos especialistas da ONU, desde que sejam respeitadas as normas e as regulamentações da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL