A rádio pública alemã rbb (Rundfunk Berlin-Brandenburg) anunciou nesta quarta-feira (11/11) novos nomes que o BND, serviço de inteligência alemão, teria espionado. A lista inclui funcionários do FBI, da OMS (Organização Mundial da Saúde), da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), da Corte Internacional de Justiça de Haia e o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius.
EFE
O governo da chanceler alemã Angela Merkel não quis comentar as acusações de espionagem
A rbb, que manteve suas fontes em sigilo, afirmou que um diplomata alemão, Hansjörg Haber, também foi alvo de espionagem, o que é ilegal. De acordo com a Constituição da Alemanha, cidadãos alemães não podem ser espionados pelo serviço de inteligência do país. Haber é o atual chefe da missão diplomática da União Europeia na Turquia.
Segundo a rádio, o governo da Alemanha espionou ainda “diversas empresas europeias e norte-americanas”. Os deputados alemães tiveram acesso a uma lista de 900 páginas que contém números de telefone, e-mails e endereços de IP das pessoas espionadas.
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Em entrevista coletiva, uma porta-voz do governo se recusou a comentar o assunto. O BND não quis se manifestar sobre as acusações.
Em 2013, Edward Snowden, ex-agente da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA, na sigla em inglês), revelou esquemas de monitoramento conduzidos pelos Estados Unidos. Segundo documentos vazados, o celular pessoal da chanceler alemã, Angela Merkel, era monitorado. Merkel declarou publicamente que “espionagem entre amigos é inaceitável”.
A privacidade é um assunto delicado na Alemanha por conta de um longo histórico de espionagem sobre os alemães com a polícia secreta Stasi, da antiga Alemanha Oriental, e a Gestapo, do período nazista.