Os líderes do Partido Social-Democrata (SPD), Olaf Scholz, dos Verdes, Robert Habeck, e do Partido Democrático Liberal (FDP), Christian Lindner, formalizaram nesta terça-feira (07/12) o acordo político para a formação da nova coalizão de governo da Alemanha.
Com isso, essa terça representa o último dia de trabalho para a chanceler atual, Angela Merkel, e confirma a posse de Scholz para o cargo nesta quarta-feira (08/12).
Durante a cerimônia, o futuro chefe do governo alemão afirmou que um dos focos da coalizão será “lutar por um Europa mais forte e soberana” e que sua primeira viagem formal será para Paris para se encontrar com o presidente Emmanuel Macron.
Sobre a atuação política na União Europeia, o social-democrata confirmou que haverá uma continuidade das ações de Merkel – mesmo ambos não sendo da mesma sigla política.
“A Alemanha é um país muito grande, com uma grande economia e uma grande população para não sentir-se vinculada ao fato da UE dar grandes passos adiante. Não podemos apostar, como outros países, na luta contra Bruxelas de vez em quando e depois dizer que tudo andou bem”, pontuou ainda.
Por sua vez, Lindner afirmou que a coalizão vai “trabalhar para o progresso” e que o grupo “não têm ilusões sobre os grandes desafios que enfrentaremos”. Já Habeck afirmou que um dos focos será colocar “o país no caminho da neutralidade climática”, mas que primeiro é preciso “superar a grande crise provocada pela pandemia” da covid-19, que voltou a assustar os alemães.
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Social-democratas, Verdes e os liberais formalizaram o acordo político para a formação da nova coalizão de governo da Alemanha
Chamado de “coalizão do semáforo” por conta das cores atribuídas aos partidos – vermelho para SPD, amarelo para FDP e verde para os ecologistas -, o novo governo terá diversos grandes desafios.
Além da pandemia, as siglas se comprometeram a cumprir a meta de ter 80% da energia do país vinda de fontes renováveis, a legalizar a maconha para adultos e aumentar o salário mínimo de 9,6 euros por hora para 12 euros por hora.
Já os Ministérios foram divididos da seguinte forma: sete ficaram para o SPD, primeiro colocado nas eleições, cinco para Os Verdes e quatro para o FDP.
Lindner assumirá a função de vice-chanceler e ministro das Finanças e os dois chefes dos ecologistas também terão cargos proeminentes: enquanto Habeck liderará o “superministério” da Economia, Energia e Clima, Annalena Baerbock será a titular das Relações Exteriores.
O SPD ainda ficou com as pastas do Interior (Nancy Faeser), da Saúde (Karl Lauterbach), do Trabalho (Hubertus Heil), da Defesa (Christine Lambert), da Construção (Klara Geywitz) e da Colaboração para Desenvolvimento (Svenja Schulze).
Por sua vez, além de Habeck e Baerbock, os ecologistas ainda ficaram com o Ministério da Família, Idosos, Mulheres e Jovens (Anne Spiegel), do Meio Ambiente, Segurança Nuclear e Proteção ao Consumidor (Steffi Lemke) e de Nutrição e Agricultura (Cem Özdemir).
Já o FDP, terá as pastas do Tráfego e Digital (Volker Missing), Justiça (Marco Buschman) e de Educação e Pesquisa (Bettina Stark-Watzinger).