O presidente Michel Temer pediu neste domingo, durante uma reunião informal com os chefes de Estado dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), antes do início da cúpula do G20 de Hangzhou — que começou hoje —, maior representatividade das economias emergentes no cenário internacional.
“As mudanças que estão em curso [na economia global] exigem a correspondente atualização de nossas estruturas de governo mundial”, disse Temer, em seu primeiro fórum internacional como mandatário do Brasil, após o impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff na quarta-feira (31/08).
Agência Efe
Líderes dos Brics realizaram reunião informal antes de cúpula do G20
“Nossos países [Brics] devem continuar trabalhando juntos para o aprofundamento das reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM). Precisamos de instâncias internacionais de decisão mais representativas e, portanto, mais legítimas e eficazes”, afirmou.
Temer pediu aos países do Brics que apoiem a constante melhora de um “sistema multilateral de comércio” mundial, e incentivou o fortalecimento das atuais capacidades da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O mandatário brasileiro coincidiu com o presidente da China, Xi Jinping, que na mesma reunião disse que os Brics devem aumentar a coordenação para que os países em desenvolvimento e emergentes desempenhem um papel maior nos assuntos internacionais, informou a agência oficial Xinhua.
Temer, que voltou a reiterar nesta reunião informal que, pelas mãos de seu governo — interino até quarta-feira —, o Brasil retomou o caminho da recuperação da confiança nestes últimos meses, também afirmou que uma das grandes causas que os principais países emergentes do mundo deveriam apoiar é “a promoção do desenvolvimento sustentável”.
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Nesse sentido, destacou que perante problemas como a mudança climática, “o Acordo de Paris (de dezembro passado, ao qual confirmou apoio) é um exemplo significativo de contribuição que pode ser feita para estarmos à altura de nossas responsabilidades”, disse.
“Em breve terei a honra de depositar o instrumento de ratificação do Acordo perante as Nações Unidas”, acrescentou, o que já foi aprovado pelo Legislativo brasileiro em agosto passado, durante o governo Dilma. Assim, o Brasil se somará a China e EUA, os principais emissores de poluentes, que anunciaram ontem que farão o mesmo.
União Europeia pede mais compromisso do G20 em crise de refugiados
Os líderes da União Europeia (UE) pediram neste domingo (04/09) que a cúpula do G20, que teve início hoje, mostre maior compromisso na crise dos refugiados e que a China acelere as reformas do setor siderúrgico do país.
Os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também reivindicaram que o G20 corresponda às expectativas que gerou em nível internacional para dinamizar a economia mundial.
“Após anos de crise, devemos mostrar que podemos promover o crescimento e criar confiança”, afirmou Juncker.
Durante uma entrevista coletiva anterior ao início da cúpula, os dois dirigentes da UE ressaltaram a importância de o G20 oferecer mais respostas à crise dos refugiados, já que sentem que a Europa e alguns países da região fizeram um sacrifício “desproporcional”.
“É um desafio global que requer uma solução em nível global”, afirmou Tusk. Segundo ele, os mecanismos para superar esta crise “estão chegando ao limite”.
Além disso, os líderes europeus reivindicaram que a cúpula discuta os problemas gerados pelo excesso de capacidade industrial da China, especialmente no setor do aço.
A UE voltou a insistir neste domingo para que a China aceite a criação de um mecanismo de acompanhamento do excesso de capacidade de produção de aço e suas causas, algo que ambas as partes já discutiram em julho passado durante a cúpula que tiveram em Pequim.
*com Agência Efe