O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou nesta segunda-feira (02/02) que deseja discutir a possibilidade de militares resgatarem cidadãos japoneses em risco no exterior. A declaração vem um dia depois de o governo japonês considerar “muito provável” que o vídeo publicado na internet pelo EI (Estado Islâmico) mostrando o corpo decapitado do jornalista japonês Kenji Goto seja autêntico.
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Abe tem apoio de países da coalizão internacional que ataca organização extremista no Oriente Médio, como EUA e França
“Preservar a segurança dos cidadãos japoneses é responsabilidade do governo, e eu sou a pessoa que detém a maior responsabilidade”, disse Abe, de acordo com a Reuters.
Na gravação divulgada, o EI argumenta que a decapitação do jornalista se deve à participação do Japão na coalizão internacional que luta contra o grupo jihadista no Iraque e na Síria. Em postura de provocação, Abe prometeu hoje aumentar a ajuda humanitária do Japão ao Oriente Médio.
O premiê destacou também sua condenação aos militantes e disse que o Japão está firmemente empenhado em cumprir a sua responsabilidade como membro da comunidade mundial na luta contra o terrorismo.
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Manifestantes em Tóquio criticam postura bélica de Japão junto a potências ocidentais no combate ao extremismo
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O vídeo de Goto, jornalista de 47 anos capturado no fim de outubro de 2014, foi difundido uma semana após a organização extremista publicar outro material, contendo imagens que supostamente apresentam o corpo decapitado de outro refém japonês, Haruna Yukawa.
Repercussão internacional
Ontem, a comunidade internacional condenou a decapitação. Para o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, o assassinato de Goto foi um crime “bárbaro”.
Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou solidariedade a Abe. “Através de suas informações, Goto buscou com valor transmitir as dificuldades do povo sírio ao mundo exterior”, elogiou o líder norte-americano em comunicado divulgado pela Casa Branca.
Em comunicado do Palácio do Eliseu, o presidente da França, François Hollande, enviou seus pêsames à família e aos amigos de Kenji Goto. “Com a maior firmeza, condenamos esse assassinato brutal. A França é solidária com o Japão”, disse.
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Transeuntes observam telão com imagens de Goto reportando conflito no Oriente Médio, datadas de outubro passaod