O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se reuniram nesta terça-feira (15/12) em Moscou para tratar sobre o conflito na Síria.
EFE
Reunião bilateral nesta terça-feira (15/12), no Kremlin, durou aproximadamente três horas
“Acredito que o mundo se beneficia quando nações poderosas, com um longo histórico entre elas, têm a capacidade de chegar a um ponto em comum”, disse Kerry no início da reunião, que também contou com a presença do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
“Nós confirmamos os acordos feitos pelas Forças Armadas da Rússia e dos EUA, incluindo os acordos que também se aplicam à coalizão liderada pelos EUA que combate o Estado Islâmico”, declarou Lavrov. Segundo ele, as ações de Washington e Moscou serão “mais coordenadas e efetivas”.
Após a reunião, Lavrov anunciou que a Rússia e os Estados Unidos irão se encontrar novamente na próxima sexta-feira (18/12), juntamente com diplomatas de outros países, na sede das Nações Unidas, em Nova York. O assunto a ser tratado é um plano de paz para a Síria, segundo o ministro.
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Os dois países concordaram em permitir a participação de grupos de oposição a Assad nas discussões diplomáticas sobre a Síria. Na semana passada, opositores sírios fizeram uma reunião em Riad, capital da Arábia Saudita, em que Kerry esteve presente.
Tanto a Rússia, quanto os EUA, fazem bombardeios aéreos na Síria contra alvos do Estado Islâmico. Moscou defende que Assad permaneça como presidente do país, argumentando que, sem ele, a Síria se encontrará em uma situação ainda pior. Por sua vez, os Estados Unidos afirmam que a saída de Assad é essencial para uma transição política que tenha o objetivo de restaurar a paz.
“Juntos, estamos buscando saídas para as crises mais urgentes”, afirmou Putin, se referindo também à Ucrânia, outro ponto das discussões desta terça-feira no Kremlin. Sobre a Ucrânia, Kerry disse que quanto antes o acordo de cessar-fogo assinado em fevereiro deste ano Minsk, capital de Belarus, entrar em vigor, mais rapidamente os EUA e a União Europeia poderão suspender as sanções econômicas impostas à Rússia.
“Nós concordamos que ninguém deveria ser forçado a escolher entre um ditador e ser perseguido por terroristas”, disse Kerry após a reunião. A guerra civil na Síria, que já dura quatro anos e meio, deixou mais de 250 mil mortos e forçou o deslocamento de 11 milhões de pessoas, para o exterior ou para outras regiões dentro do país.