Agência Efe
Ao menos 17 pessoas morreram hoje durante as manifestações políticas no Egito
O segundo principal líder da Irmandade Muçulmana do Egito, Jairat al Shater, foi detido no bairro de Cidade Nasser, no leste do Cairo, depois que o Ministério Público emitiu uma ordem de detenção, informou nesta sexta-feira (05/07) a televisão estatal.
Shater é acusado de ter instigado o assassinato de manifestantes opositores à Irmandade, da mesma forma que o guia espiritual do grupo, Mohammed Badía, que, mesmo assim, apareceu em público hoje para pronunciar um discurso de protesto.
Outros líderes da Irmandade Muçulmana, que haviam sido presos pelo mesmo motivo, foram liberados hoje por “falta de provas”. São eles o presidente do Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, Mohammed al Katatni, e o guia espiritual do grupo, Rachad Bayumi.
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Há ainda, no entanto, representantes da Irmandade Muçulmana que estão sendo procurados pela Justiça, depois que o Exército retirou Mohamed Mursi do poder e nomeou como presidente interino o chefe do Tribunal Constitucional, Adly Mansouri.
A Irmandade Muçulmana denunciou que Mursi está sob custódia militar e incomunicável, embora oficialmente esteja em paradeiro desconhecido.
Confrontos
Pelo menos 17 pessoas morreram e outras 246 ficaram feridas hoje nos enfrentamentos entre partidários e opositores do presidente deposto do Egito. O chefe de Primeiros Socorros do Ministério da Saúde, Mohammed Sultan, disse à agência estatal de notícias Mena que pelo menos três dessas mortes foram registradas no Cairo.
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Tanques do Exército egípcio e reforços policiais chegaram até a ponte 6 de Outubro, próxima à praça Tahrir, onde os manifestantes se enfrentaram com pedras e morteiros.
Segundo a Mena, os seguidores de Mursi tinham tentado chegar até a praça, onde estão reunidas milhares de pessoas que acompanharam a manifestação convocada por grupos não islamitas e ativistas revolucionários a favor do exército.
Agência Efe
Simpatizantes de Mursi usaram pneus para fazer barricadas
Os opositores a Mursi impediram então a passagem dos islamitas, que se desviaram rumo à citada ponte e começaram a disparar balas de borracha contra os primeiros. Após a chegada dos tanques militares, muitos dos manifestantes abandonaram a região, onde havia veículos incendiados e barricadas.
Previamente, as Forças Armadas tinham advertido em comunicado que protegeriam os manifestantes “pacíficos” de toda “provocação ou ataque”.
(*) com Agência Efe