Quarta-feira, 16 de julho de 2025
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A Argentina promulgou nesta quinta-feira (05/03) a lei de reforma do sistema de inteligência, que foi impulsionada pelo governo após a morte em circunstâncias ainda não esclarecidas do promotor Alberto Nisman, em janeiro.

Aprovada pelo Congresso há dez dias, a nova legislação estabelece a dissolução da atual Secretária de Inteligência, que será substituída por um novo órgão, a AFI (Agência Federal de Inteligência), em um prazo de até quatro meses.

Efe/arquivo

No fim de janeiro, Cristina Kirchner anunciou que o serviço de inteligência do país iria passar por sério processo de reestruturação 

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O objetivo da agência será garantir a segurança nacional a partir da produção de inteligência sobre delitos federais, como terrorismo, narcotráfico e trafico de armas. O diretor e o subdiretor da AFI serão designados pelo Poder Executivo com a aprovação do Legislativo.

Esse projeto de lei havia sido anunciado no dia 26 de janeiro pela presidente argentina, Cristina Kirchner, em cadeia nacional. “A questão da inteligência é uma dívida pendente da democracia desde 1983”, afirmou, na ocasião.

Suicídio ou assassinato, a morte de Nisman relançou um debate sobre o papel dos serviços de inteligência no país latino-americano. Do ponto formal, eles são diretamente dependentes da Presidência, mas, bem ou mal, sempre mantiveram certa autonomia em relação aos governos.

Diretoria de nova agência federal do setor será designada pelo Poder Executivo, mas dependerá também da aprovação do Senado para poder funcionar

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A tensão entre os serviços de inteligência e Kirchner é sensível desde 2013, quando foi tomada a decisão de aumentar os recursos do serviço de inteligência das Forças Armadas, tirando poder e diminuindo atribuições da inteligência civil – medida que foi vista como sinal de desconfiança. Mais tarde, em dezembro passado, a teoria ganhou novo endosso quando o governo decidiu acabar com a hierarquia do órgão e nomear Oscar Parrilli, político próximo da mandatária.

O corpo de Alberto Nisman, 51 anos, foi encontrado no banheiro de sua residência na madrugada do dia 18 de janeiro. A morte aconteceu poucas horas antes de ele ir ao Congresso, onde, tinha assegurado, iria fazer revelações sobre o atentado contra a sede da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), que causou a morte de 85 pessoas em julho de 1994.

Na semana passada, a Justiça argentina rejeitou e arquivou a denúncia apresentada pelo promotor Nisman contra Cristina Kirchner. O Juiz Daniel Rafecas decidiu “não dar continuidade” ao caso e, em comunicado, o judiciário alegou que indícios “estão longe de cumprir os critérios mínimos” para prosseguimento do processo.

Efe

Nisman vivia no bairro Puerto Madero, em Buenos Aires, e tinha sofisticado aparato de segurança para garantir a integridade física