O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, inaugurou nesta terça-feira (18/03) uma comissão da verdade para investigar os protestos ocorridos nas ruas de várias cidades do país e estabelecer responsabilidades para as 29 mortes registradas até o momento. Além disso, a maioria da casa aprovou solicitação para que a deputada opositora Maria Corina Machado seja investigada por envolvimento nas manifestações.
A apresentação da comissão contou com poucos deputados da oposição, que decidiram boicotar a iniciativa. Eles reclamaram que, devido à maioria chavista, a investigação ficará comprometida. Cabello afirmou que a oposição pode participar da comissão, mas “o que acontece é que há um monte de cúmplices da violência” no parlamento.
“Vinte e nove mortes até agora porque uns loucos e loucas pediram 'a saída'”, continuou Cabello, sublinhando que “essa comissão terá bom acompanhamento internacional, e especialistas em direitos humanos do mundo, para que venham, e o mundo inteiro saiba o que aconteceu”.
Mais cedo, em uma entrevista coletiva de imprensa, o deputado pelo Estado de Lara, Eduardo Gómez Sigala, havia declarado que o bloco de oposição parlamentar se recusaria a fazer parte de uma entidade “que está de costas ao país, aos estudantes e da verdade que todos nós conhecemos”.
Maria Corina
Machado e outros políticos, como Leopoldo López — detido desde 18 de fevereiro — e o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, lançaram em 25 de janeiro uma plataforma chamada “A Saída”, que defende protestos e ações contra o governo de Nicolás Maduro, com o objetivo de derrubá-lo pelas “vias democráticas”. Em 12 de fevereiro, quando uma manifestação opositora no centro da capital venezuelana terminou com o assassinato de três pessoas, uma onda de violência surgiu no país.
“Essa deputada é cúmplice, incitadora de assassinatos nesse país. É preciso dar o nome correto disso: assassinato, 29 mortos”, afirmou Cabello, em referência a Machado. A deputada pelo estado de Miranda respondeu por meio de sua conta no Twitter, dizendo que convocou “protestos pacíficos” e que continuará no cargo “enquanto o povo queira”. Em coletiva de imprensa ela disse acreditar que o governo de Cuba está por trás dos recentes acontecimentos contra ela.
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