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As agressões sexuais a mulheres aumentaram na Praça Tahrir, em Cairo, epicentro da revolução egípcia, denunciaram neste sábado várias ONG e partidos, depois de manifestantes feministas serem atacadas por uma multidão de homens, na última sexta-feira.
“Os casos de agressões sexuais aumentaram recentemente e não se pode falar só de assédio”, disse à Efe Salma Nahuqesh, membro da organização Nazra para Estudos Feministas. Segundo Salma, as agressões são sistemáticas e bem organizadas, já que na maioria dos casos é um amplo grupo de homens que ataca ao mesmo tempo.
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“Eles são cada vez mais violentos. As mulheres foram atacadas e eles arrancaram as roupas delas”, contou a ativista, cuja organização não pode confirmar, no entanto, as violações.
O último ataque contra mulheres aconteceu na última sexta, durante uma grande manifestação na Praça Tahrir contra a sentença do ex-presidente Hosni Mubarak e a candidatura à Presidência do militar retirado Ahmed Shafiq.
Um grupo de ativistas decidiu convocar um protesto alternativo contra os recentes ataques sexuais sofridos por outras mulheres, depois de várias ONGs, entre elas a Nazra, denunciarem o aumento destes casos na última semana.
As manifestantes, que estavam acompanhadas de homens, foram atacadas por uma multidão de homens, da mesma forma que aconteceu a pelo menos outras três mulheres desde sábado passado.
Sobre o caso, a Comissão da Mulher do Partido Social-Democrata, cujos membros participaram do protesto, denunciou que as ativistas sofreram “assédio e abusos”. “A Praça Tahrir e suas ruas paralelas se transformaram de um símbolo de liberdade em um lugar para agressões coletivas”, criticou o grupo em comunicado.
O assédio sexual na sociedade egípcia ocorre, sobretudo, durante festividades como o Eid ul-Fitr, que marca o fim do Ramadã. Na ocasião, dezenas de jovens saem às ruas para abusar de mulheres como passatempo.
Embora a Revolução de 25 de Janeiro de 2011 tenha ocorrido em um ambiente no qual homens e mulheres conviveram bem na Praça Tahrir, sem problemas deste tipo, desde então aconteceram diversos ataques no local.
Não há um número exato já que a Polícia não patrulha a praça durante as manifestações e muitas mulheres preferem não fazer queixa dos assédios. No entanto, durante este um ano e meio, várias ativistas e jornalistas denunciaram violentos ataques nas redes sociais.