A primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard, anunciou nesta segunda-feira (12/11) a criação de uma comissão para investigar abusos sexuais contra menores cometidos por membros de organizações religiosas, sociais e de instituições estatais.
A iniciativa acontece após a polícia do estado de Nova Gales do Sul acusar, na semana passada, a Igreja Católica de encobrir casos de pedofilia, aparentemente organizada, de tentar silenciar as investigações e destruir evidências cruciais para evitar processos judiciais.
“Nas próximas semanas, consultaremos as organizações que representam os sobreviventes dos abusos e as religiosas e os governos territoriais, para entrarmos em acordo”, disse a chefe do Executivo federal australiano. Julia declarou, em entrevista coletiva, que falou sobre o assunto com os chefes dos governos dos estados de Nova Gales do Sul e de Victoria, onde as autoridades realizam suas próprias investigações sobre os abusos sexuais sofridos por menores.
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A Igreja Católica confirmou em setembro passado 620 casos de abusos sexuais contra menores cometidos na Austrália por padres desde a década de 1930. O arcebispo de Melbourne, Denis Hart, classificou como “horrível e vergonhosa” a quantidade de casos reunidos no relatório entregue à comissão que investiga os casos de pedofilia cometidos nas várias ordens religiosas no Parlamento do estado de Victoria.
Em comunicado, o arcebispo relatou que a maioria dos casos ocorreu entre a década de 1960 e a de 1980, embora remontem a até 80 anos atrás, e que 13 abusos aconteceram após 1990.
O Parlamento de Victoria criou em abril a comissão especial para estudar os casos de pedofilia cometidos pelas várias ordens religiosas e deve divulgar suas conclusões no ano que vem. Segundo as associações de vítimas, o número de menores que sofreram abusos sexuais pode passar de 6 mil apenas no estado de Victoria.