“Não existe lei; não existe justiça” disse Lamia Farhani, presidente da Associação das Famílias de Mártires nesta quinta-feira (19/07) após o julgamento de políticos e militares do antigo regime envolvidos na morte de 43 manifestantes e centenas de feridos. Apesar de ter condenado a prisão perpétua o ex-ditador do país, a corte militar não julgou com a mesma dureza os outros 40 réus envolvidos na repressão do protesto de 2011.
As outras sentenças foram estabelecidas entre cinco a 20 anos, sendo que Ahmed Friaa, o antigo ministro do Interior do país, responsável pela organização do serviço de inteligência tunisiano, foi absolvido. “Todos os envolvidos deveriam ser punidos com prisão perpétua”, disseram os familiares segundo a agência de notícias AFP.
(Imagem de arquivo do antigo ditador Ben Ali/Efe)
“Nossas crianças não são insetos para que alguns envolvidos sejam condenados a apenas cinco anos de prisão”, disse à AFP Saida Sifi, mãe de um dos jovens mortos durante a manifestação que integrou a revolta popular responsável por derrubar o ditador.
O ditador Zine al-Abidine Ben Ali, que desde janeiro de 2011 está exilado na Arábia Saudita, já acumula três diferentes condenações que somam 66 anos de prisão, além da sentença emitida nesta quinta.
Mais de um ano após a queda da ditadura na Tunísia, a justiça do país julga políticos e militares do regime envolvidos em episódios de repressão dos protestos, tortura dos manifestantes e casos de corrupção.
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