(atualizada às 15h46)
O papa Bento XVI considera que o uso de preservativos se justifica “em alguns casos”, como a redução do risco de infecção pelo vírus da AIDS e como “primeiro passo” para conter a prostituição, mas ressalta que a camisinha não é a “verdadeira” forma de combater a doença.
O papa fez o comentário no livro-entrevista produzido pelo escritor Peter Seewald – baseado em entrevistas com Bento XVI -, que será lançado no próximo dia 23, mas que teve alguns trechos divulgados neste sábado pelo jornal católico L'Osservatore Romano, órgão oficial do Vaticano. Nele, Bento XVI admite que a camisinha pode ser usada “para reduzir os riscos de contaminação” do vírus HIV, que provoca a AIDS.
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“Pode haver alguns casos justificados, por exemplo quando uma prostituta utiliza um preservativo, e este pode ser o primeiro passo rumo a uma moralização, um primeiro ato de responsabilidade para desenvolver de novo a consciência do fato de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo aquilo que se quer”, diz Bento XVI no livro.
Mudança
É a primeira vez que um chefe da Igreja Católica se pronuncia a favor de algum tipo de uso do preservativo. No entanto, ele ponderou que o caminho que a Igreja propõe para combater a disseminação AIDS seria o que chamou de uma “humanização da sexualidade”.
“Com certeza, a Igreja não vê como uma solução real e moral”, diz o papa.
“Este não é o modo verdadeiro e próprio para vencer a
infecção por HIV. É realmente necessária uma humanização da sexualidade”.
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Resultado de mais de 20 horas de entrevistas concedidas a Seewald, o livro Luz do Mundo: o Papa, a Igreja e os sinais dos tempos será lançado na terça-feira na Alemanha, país natal do papa.
Em 2009, durante visita à África – continente onde a AIDS é doença epidêmica -, Bento XVI provocou revolta internacional ao afirmar que a doença era uma tragédia que não podia ser combatida com a distribuição de preservativos. Até o momento, o Vaticano proíbe o uso de qualquer forma de método contraceptivo.
*Com agências Efe e AFP.
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