A coalizão liderada pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi obteve o controle de mais quatro regiões na Itália – Piemonte, Lacio, Calábria e Campânia – nas eleições regionais, após vencer em seis das 13 regiões em disputa. Ela já governava duas delas: Lombardia e Veneto. A Liga do Norte, uma forte defensora do federalismo fiscal, a autonomia regional e as políticas anti-imigratórias, conquistou as regiões de Veneto e Piemonte.
A oposição de centro-esquerda, que antes governava 11 regiões, agora mantém o controle sobre sete: Apúlia, Ligúria, Basilicata, Emilia-Romanha, Toscana, Úmbria e Marche. O maior golpe foi a perda da região do Lacio, cuja capital é Roma.
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Berlusconi, que lidera o Povo da Liberdade (PDL), celebrou os resultados das eleições. “Este resultado eleitoral é o melhor reconhecimento das atividades desenvolvidas pelo governo e é importante para as perspectivas de estabilidade do sistema político e para a possibilidade de realizar, nesta segunda parte da legislatura, as reformas necessárias para o desenvolvimento do nosso país”, afirmou o premier, segundo a Agência Ansa.
“Queremos o federalismo, e o teremos rapidamente”, disse o líder da Liga, Umberto Bossi, prometendo continuar pressionando com reformas nas regiões do norte ricas em recursos que agora controla. “A esquerda já não existe no norte”, acrescentou.
“A onda de esquerda que era esperada não ocorreu. Em vez disso, ocorreu a onda da centro-direita com Berlusconi vencedor e a Liga com resultados extraordinários”, disse o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, que está em Ottawa, no Canadá, para uma reunião de ministros do G8 (grupo dos sete países mais ricos e a Rússia).
Cerca de 41 milhões de italianos tinham direito de participar nas eleições em 13 das 20 regiões do país. O comparecimento às urnas, no entanto, foi baixo com somente 64% dos eleitores participando, contra 72% nas últimas eleições regionais em 2005. O alto nível de abstenção sugere uma apatia relacionada à política em geral, de acordo com analistas.
Escândalos
Berlusconi obteve a vitória apesar dos recentes escândalos políticos e pessoais, passando por acusações de envolvimento com a máfia. O premiê passou por um ano turbulento em 2009, marcado pelas
acusações sobre sua amizade com uma modelo adolescente e sobre
acompanhantes profissionais que compareceriam a festas em sua casa.
Sua mulher pediu o divórcio e ele teve o nariz quebrado quando um homem atirou uma réplica da Catedral de Milão em seu rosto.
Na semana passada, a mídia italiana afirmou que o premiê estava sendo
investigado por alegações de que teria tentado pressionar o órgão
regulador das comunicações a bloquear programas de TV críticos ao seu
governo.
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