Militares norte-americanos envolvidos no ataque a um hospital da organização MSF (Médicos Sem Fronteiras) na cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, foram suspensos de suas funções após uma investigação interna apontar uma “série de erros humanos” que resultou no bombardeio. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (25/11) pelo comandante das forças norte-americanas no Afeganistão, general Joseph Campbell, que fez um pronunciamento à imprensa.
De acordo com Campbell, falhas mecânicas, erro humano e cansaço das tropas resultaram no ataque, que visava um centro de controle do Talibã, a cerca de 400 metros do hospital. O relatório da investigação apontou que o bombardeio aéreo, que durou aproximadamente meia hora, resultou na morte de 31 pessoas, entre pacientes, médicos e enfermeiros, e em outros 28 feridos.
Leia também: 'Foi absolutamente assustador', diz enfermeiro de MSF sobre ataque em hospital no Afeganistão
EFE
Após ataque em 3 de outubro, organização Médicos sem Fronteiras anunciou sua saída de Kunduz
“Foi um acidente trágico, mas evitável, causado primariamente por erro humano”, afirmou o general. Segundo o relatório da investigação, os caças deveriam bombardear um centro do Talibã, mas uma falha técnica não permitiu que as coordenadas fossem registradas no sistema dos aviões, o que levou os pilotos a se basearem na descrição física do local. A imprecisão dos dados levou ao bombardeio nas dependências do hospital.
Campbell, no entanto, não esclareceu quantas pessoas serão punidas, quem são nem que tipos de punição enfrentarão, se disciplinares ou criminais. O Exército dos EUA não permite que hospitais sejam alvos de ataques.
NULL
NULL
Após o bombardeio, que ocorreu na madrugada do dia 3 de outubro, o governo dos Estados Unidos declarou que o ataque ao hospital havia sido um “dano colateral”, versão que foi alterada em seguida. O presidente norte-americano, Barack Obama, chegou a pedir desculpas à presidente do MSF dias após o bombardeio.
A equipe de MSF declarou que realizou 18 tentativas, durante o bombardeio, de contatar autoridades dos EUA e do Afeganistão, sem obter sucesso. A investigação foi liderada pelas Forças Armadas dos EUA, com representantes da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e do governo afegão.