Um verdadeiro exército de bombeiros, militares e voluntários continua a luta contra os incêndios florestais na Rússia nesta quinta-feira (5/8), enquanto aumentam as críticas sobre a precariedade dos sistemas de prevenção e a lentidão com a qual reagiram algumas autoridades diante da emergência.
A situação mais grave é registrada nas regiões de Riazan e Níjni Novgorod, na parte europeia de país, onde o Ministério para Situação de Emergência (análogo à Defesa Civil) reforçou o contingente de combate aos incêndios, que devastaram mais de 700 mil hectares de florestas em todo o país.
O anúncio foi feito pelo chefe do centro de gestão de crise do ministério, Vladímir Stepanov. Ele destacou que nenhuma localidade foi atingida pelos incêndios florestais.
Mas, de acordo com um boletim oficial, só nas últimas 24 horas foram identificados 373 novos focos de incêndios, dos quais 254 foram combatidos. Às 6h de Moscou (23h de quarta-feira em Brasília) havia 589 focos ativos no país em uma superfície de 195 mil hectares. Os números oficiais mostram uma redução do número de incêndios: na véspera, nessa mesma hora, eram identificados520, mas não uma redução da área atingida pelo fogo.
As autoridades russas informaram que o número de vítimas causadas pelos incêndios florestais subiu para 50, com a morte de um ferido em um hospital e a localização de um corpo durante os trabalhos de remoção de escombros de casas queimadas na semana passada.
Férias
Cerca de 300 habitantes da região de Vladimir assinaram uma carta aberta ao presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, para exigir a destituição de seu governador, Nikolai Vinogradov. A região é uma das sete em estado de emergência por causa dos incêndios florestais.
“O governador está de férias enquanto dezenas de hectares ardem pelos incêndios”, diz a carta, reproduzida pelo jornal russo Kommersant.
Enquanto isso, Medvedev interrompeu as férias no Mar Negro para presidir uma reunião do conselho de segurança da presidência para pedir reforços na proteção das instalações estratégicas do país. Ele exonerou altos comandantes da marinha pelo incêndio que arrasou instalações e armazéns de uma base naval em Kolomna, nos arredores de Moscou, na semana passada.
Guardas florestais
Segundo o jornal digital Gazeta.ru, uma das principais causas da pouca eficácia da luta contra os incêndios florestais é a imperfeição da lei, pois praticamente não existe um serviço diretor pela segurança das florestas em nível federal. Antes da entrada em vigor em 2007 da nova lei florestal, a prevenção de incêndios era feita pelos guardas florestais.
“Foram eliminados mais de 70 mil postos de guardas florestais. Agora, não há ninguém encarregado da vigilância das florestas. Só funcionários em seus escritórios”, disse o analista Aleksei Iaroshenko, do Greenpeace, à agência de notícias espanhola Efe.
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