O governo do Brasil se manifestou neste sábado (06/04) a respeito da invasão da Embaixada do México em Quito por parte da Polícia Nacional do Equador, realizada durante a madrugada, já neste sábado, em ação que teve como objetivo forçar a sede diplomática a permitir que o ex-vice-presidente do país, Jorge Glas, fosse preso.
O político equatoriano, que foi vice-presidente do país entre 2013 e 2017, durante o último mandato de Rafael Correa, estava vivendo na Embaixada do México desde dezembro de 2023. Ele havia recebido asilo político do governo mexicano e aguardava um salvo-conduto para poder viajar à Cidade do México. Porém, a ação da polícia equatoriana o levou de volta à prisão, impedindo que ele pudesse desfrutar do benefício dado pelo país norte-americano.
Em comunicado difundido horas depois do ocorrido na capital equatoriana, o Itamaraty afirmou que “o governo brasileiro condena, nos mais firmes termos, a ação empreendida por forças policiais na Embaixada mexicana em Quito”.
“A ação constitui clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas que, em seu artigo 22, dispõe que os locais de uma Missão diplomática são invioláveis, podendo ser acessados por agentes do Estado receptor somente com o consentimento do Chefe da Missão”.
Ao finalizar, o Itamaraty ressaltou que “o governo brasileiro manifesta, finalmente, sua solidariedade ao governo mexicano”, e acrescentou que “a medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização”.
Mensagem de Lula a Obrador
Além do comunicado do Itamaraty, o episódio também levou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva a reagir em favor do seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
Através de suas redes sociais, Lula enviou uma mensagem curta, manifestando “toda a minha solidariedade ao presidente e amigo López Obrador”.
O mandatário brasileiro não foi o único que demonstrou seu repúdio ao ocorrido. No restante da América do Sul, o apoio ao México foi expressado pelos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, da Colômbia, Gustavo Petro, da Bolívia, Luis Arce, e do Chile, Gabriel Boric.
No âmbito latino-americano, também reagiram em solidariedade ao México, e em repúdio à medida tomada pelo governo do Equador, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, e o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.