O Brasil tem crescido como doador e como fornecedor de recursos humanos para atendimento humanitário no mundo, segundo a ONG (organização não governamental) Médicos sem Fronteiras. Em 2011, profissionais brasileiros – entre médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e farmacêuticos – fizeram 122 missões no exterior pela organização. Comparando com 2009, houve um aumento de 48 missões.
O número de doadores brasileiros também aumentou de 42,2 mil em 2009 para 56,9 mil em 2011.
Os dados são do presidente internacional da entidade, o médico infectologista indiano Unni Karunakara, que visita o Brasil para participar de um encontro da Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas, no Rio de Janeiro, no próximo dia 2.
“Os médicos brasileiros [são portadores] de amplo conhecimento. Sabem, por exemplo, como tratar doenças como Chagas e dengue”, disse Karunakara. “Por isso, esses profissionais são muito presentes em missões da organização em áreas tropicais.”
O diretor-executivo da ONG no Brasil, Tyler Fainstat, acrescentou que ficou impressionado com a participação dos brasileiros em missões. “O Brasil de 2011 não é o mesmo dos anos 1990. O acesso a remédios contra a Aids virou modelo mundial. Nos primeiros 15 anos que atuamos aqui, era só demanda [para atender populações indígenas, carentes ou de rua]. Hoje o país virou um provedor.”
Karunakara disse em entrevista que o financiamento da ONG – que teve orçamento de 1,1 bilhão de dólares no ano passado, 90% deles oriundos de contribuintes individuais – foi afetado pela crise econômica internacional.
A organização Médicos sem Fronteiras tem projetos em cerca de 65 países, sendo que os principais estão na Somália – foco da maior crise humanitária do mundo atualmente. Com disputas sectárias em grandes partes do país, as ONGs têm dificuldades em operar livremente no país africano.
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