Israel segue avançando com sua ofensiva militar em Rafah, com ataques aéreos e incursão de tanques para o centro da cidade que faz fronteira com o Sul da Faixa de Gaza e o Egito. Nesta terça-feira (28/05), o país realizou um novo ataque contra uma região de palestinos deslocados e refugiados, vitimando 21 pessoas em Al-Mawasi. Nas últimas 24 horas o país matou 46 pessoas, segundo informou o Ministério da Saúde do enclave.
Uma testemunha relatou à emissora Al Jazeera que o local atingido fica na área de al-Hashashin, considerada antes uma zona humanitária para onde o exército de Israel havia orientado que os civis fossem recuados: “é uma área cheia de tendas e refugiados”.
“De repente, um míssil atingiu o prédio, construído com blocos de concreto e tubos metálicos. Vimos pessoas na rua, deslocados e moradores. Não havia combatentes ou algo assim. Era considerada uma área segura”, acrescentou a fonte ao jornal catari.
Segundo as autoridades médicas da região, pelo menos 12 vítimas eram mulheres. A jornalista palestina Hind Khoudary também informou que todos os feridos e mortos foram transferidos para o hospital International Medical Corps, mas que não há ambulâncias e combustível no enclave para assistir os atingidos.
Por sua vez, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, disse não ter conhecimento do ataque ou do avanço ao centro de Rafah. Os militares afirmam apenas que sua operação militar na região segue ativa.
Na contramão do posicionamento de Hagari, a agência de notícias britânica Reuters informou que após o bombardeio, tanques de guerra avançaram para o centro em Rafah pela primeira vez desde o início de sua operação na cidade, há três semanas.
“Tanques e veículos blindados equipados com metralhadoras foram avistados perto da mesquita Al-Awda”, relataram testemunhas à agência.
Paralelamente, Israel também manteve, nesta terça-feira (28/05), ataques no bairro de Tel al-Sultan, no noroeste de Rafah, onde 16 pessoas morreram. A informação foi relatada pela Associated Press de acordo com a Defesa Civil Palestina e o Crescente Vermelho Palestino.
Segundo relato de Abdel-Rahman Abu Ismail, palestino da Cidade de Gaza que está abrigado em Tel al-Sultan desde dezembro, os ataques fizeram com que a noite fosse “um horror”, com “sons constantes” de explosões. O civil ainda relatou caças e drones israelenses sobrevoando a região.
Em outra frente de ataque, com jatos, Israel feriu e matou civis na área de al-Faluja, onde os palestinos estavam começando a regressar após soldados israelenses baterem em retirada.
Na última segunda-feira (27/05), Israel bombardeou um campo de refugiados em Tel Al-Sultan, em Rafah, fazendo com que 45 pessoas, entre elas, mulheres, crianças e idosos, morressem carbonizados.
Segundo os moradores sobreviventes da região à Reuters, o bairro continua sendo alvo de ataques. Desde o início da ofensiva israelense na Faixa de Gaza mais de 36.096 palestinos foram mortos e 81.136 ficaram feridos, segundo contagem do Ministério de Saúde da região.
(*) Com Ansa