O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, anunciou nesta segunda-feira (10/5) que deixará a liderança do Partido Trabalhista mas continua na chefia do governo britânico. A decisão tem como objetivo aumentar a margem de manobra para um acordo de coalizão com os liberal-democratas (LibDems) que permita aos trabalhistas se manter no poder.
Em anúncio feito em frente à sede do governo, na Rua Downing, número 10, Brown declarou que continua como primeiro-ministro provisoriamente e pedirá ao Partido Trabalhista que eleja um novo líder no próximo congresso, em setembro.
“Como líder do meu partido, devo admitir que o parlamento suspenso é um julgamento sobre mim. Por isso, pedi ao partido para definir um processo de disputa pela liderança”, anunciou o primeiro-ministro, segundo a rede BBC. “Eu não vou desempenhar nenhum papel nesse concurso, e não irei apoiar nenhum candidato individual”, prometeu.
Trabalhistas e LibDems estão iniciando negociações formais para um governo progressista no Reino Unido, numa movimentação agressiva do partido de Brown para afastar os centristas dos conservadores, que elegeram a maior bancada na última quinta-feira (6/5).
“Há uma maioria progressista no Reino Unido e eu acredito que poderia ser do interesse de todo o país formar um governo de coalizão progressista”, disse Brown.
Segundo o jornal britânico The Times, Brown afirmou que o líder liberal-democrata, Nick Clegg, tinha solicitado formalmente o início das negociações para compartilhar o poder com os trabalhistas. Brown disse ter concordado com o pedido, mas que não lideraria uma coalizão de governo “por mais tempo além do estritamente necessário”.
Reuniões
O anúncio foi feito uma hora depois de uma reunião dos parlamentares LibDems, que rejeitaram uma oferta dos tories para formar coalizão. Os liberal-democratas também teriam ficado interessados na proposta, feita por Brown, de promover uma reforma eleitoral no país.
O líder dos conservadores, David Cameron, informou seus correligionários sobre os detalhes do negócio emergentes, enquanto os LibDems estavam reunidos. “Eu acho que fizemos uma oferta considerável a eles, mas cabe realmente a Clegg ver se ele pode entregar o partido”, disse um alto membro Tory ao Times.
A reunião dos conservadores durou apenas 45 minutos, mas a dos LibDems com os durou mais de duas horas, depois que o porta-voz do partido da educação, David Laws, informou a jornalistas – mas sem dar muito longe.
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