A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira finalmente o novo plano republicano para reduzir o déficit e aumentar o teto da dívida nacional, apesar de enfrentar a oposição da Casa Branca e os democratas do Senado.
A votação, 218 a 210, aconteceu após o adiamento do voto na última hora da quinta-feira, pela reticência dos membros do movimento conservador Tea Party.
O presidente da Casa, o republicano John Boehner, tinha decidido adiar o voto da proposta, que inclui pouco mais de US$ 900 bilhões em cortes fiscais, e modificá-la para afiançar o apoio dos conservadores.
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A medida também autoriza um aumento em torno de um trilhão de dólares no limite de endividamento dos EUA até o final de ano, apesar do presidente Barack Obama deixou em claro que não aceitará medidas de curto prazo.
No final, todos os legisladores democratas e 22 republicanos votaram contra a medida, que passa agora para o Senado e, previsivelmente, será rejeitada pela maioria democrata que controla a Câmara Alta.
Assim, os especialistas preveem que continuará o desacerto político em Washington perante a iminência da moratória que o Tesouro marcou para o dia 2 de agosto, e vislumbra um fim de semana de negociações cansativo.
O novo plano de Boehner inclui uma emenda, previamente eliminada de sua proposta original para apaziguar os democratas, e que exige a elaboração de um orçamento equilibrado, sem déficit.
Na quinta-feira, Boehner não conseguiu persuadir os legisladores da ala conservadora de seu partido para que apoiassem o plano, por isso que o legislador republicano de Ohio o modificou para que pudesse pelo menos continuar sendo viável na Câmara Baixa.
“Trabalhei com o presidente (Barack Obama) e com este governo”, disse Boehner antes do voto, “ofereci ideias, negociei, mas a governo não pôs nenhuma proposta sobre a mesa, só criticou o que apresentei”.
Boehner reconheceu que a medida é “imperfeita”, mas insistiu em que seu partido tentou apresentar uma solução “com bom senso” e com um equilíbrio entre a despesa e a dívida.
Também se queixou que os democratas, segundo sua opinião, continuam apresentando um muro de oposição à medida, ao lembrar que os democratas do Senado pensam em votar em bloco contra ele.
O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, está há dias advertindo que seu grupo votará unanimemente contra a proposta de Boehner.
Em geral, os democratas do Senado preferem uma solução a mais longo prazo que permita um aumento de 2,5 trilhões de dólares no limite da dívida e cerca de 2,2 trilhões de dólares em cortes fiscais.
Mas Boehner ressaltou que sua proposta inclui economias e limites na despesa futura que, por sua vez, permitirão o crescimento econômico e a criação de empregos, e pediu “coragem” para resolver a crise atual.
O presidente Obama afirmou em discurso na televisão que o plano de Boehner “não é uma solução porque fracassará no Senado, e fará reviver este debate em poucos meses”.
O Departamento do Tesouro dos EUA fixou o dia 2 de agosto como a data na qual o governo ficaria sem fundos para cobrir suas obrigações e, sem um acordo definitivo para aumentar o teto da dívida, poderia ser declarada a moratória.
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