A Câmara dos Lordes aprovou nesta terça-feira (04/06) uma lei que autoriza o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo na Inglaterra e no País de Gales. A votação foi encerrada com 390 votos a favor da legalização e 148 contra, além de desconsiderar a emenda que planejava bloquear o projeto de lei.
Se essa emenda, introduzida na segunda-feira pelo parlamentar independente Geoffrey Dear, tivesse sido aceita, o projeto voltaria à Câmara dos Comuns, que já a havia aprovado no último dia 21.
Agora, a lei deverá passar por um comitê da Câmara dos Lordes, que estudará novamente o conteúdo da proposta antes de submetê-lo a uma nova votação dos parlamentares, para uma terceira e última leitura.
O resultado de hoje, conhecido após dois dias de debate, agradou aos partidários da igualdade de direitos. A Igreja Anglicana, por sua vez, foi contra o projeto desde as primeiras fases.
O governo britânico quer evitar possíveis processos por discriminação no caso de um casal homossexual encarar a recusa de uma igreja em celebrar seu casamento. Por esse motivo, determinou que qualquer organização religiosa que deseja unir em casamento pessoas do mesmo sexo deve pedir permissão governamental antes. A expectativa é que o primeiro matrimônio homossexual seja realizado na Inglaterra ou no País de Gales no próximo ano.
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O primeiro-ministro David Cameron é partidário da união entre pessoas do mesmo sexo. Essa posição o colocou em conflito com a ala mais à direita do seu partido, o Conservador. As tensões foram evidentes quando o texto foi aprovado na Câmara dos Comuns mesmo com rejeição de 133 deputados conservadores. Uma ampla ala do Partido Conservador considera que o apoio de Cameron a uniões gays diminui a chance de reeleição em 2015.
A decisão dos britânicos ocorre depois de a França ter promulgado, no dia 18 de maio, uma lei que permite o casamento homossexual e a adoção de crianças por casais gays. No Dia das Mães, milhares de manifestantes ocuparam o centro de Paris para protestar contra a medida.