O candidato de esquerda Jean-Luc Mélenchon (do partido A França Insubmissa) cresceu nas últimas pesquisas para a eleição presidencial na França e aparece em empate técnico com – ou superando – François Fillon, candidato de direita do partido Os Republicanos.
A sondagem do instituto BVA, publicada na sexta (10/04), coloca, no primeiro turno, Marine Le Pen (Front National, extrema-direita) e Emmanuel Macron (En Marche, centro) com 23% das intenções de voto cada um, seguidos por Fillon e Mélenchon, com 19%, e por Benoît Hammon, do Partido Socialista, com 8,5%. Mélenchon subiu quatro pontos em relação à semana anterior.
Já a pesquisa da Kantar, encomendada pelos canais LCI, RTL e pelo jornal Le FIgaro, põe Macron e Le Pen com 24%, Mélenchon com 18%, Fillon com 17%, e Hamon, com 9%.
Neste final de semana, o candidato de esquerda fez um grande comício em Marselha, no qual reuniu 70 mil pessoas, em que fez um discurso dizendo que será o “presidente da paz.” “Devemos chegar à raiz dos problemas e resolvê-los. A imigração é sempre um exílio forçado, o sofrimento. É hora, acima de tudo para pôr fim às guerras que assolam o Sul”, afirmou.
Agência Efe
Mélenchon, durante debate: candidato começou a crescer em pesquisas
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“As guerras nunca deixaram de ser outra coisa senão uma disputa para monopolizar matérias-primas”, prosseguiu, criticando o presidente dos EUA, Donald Trump, pelo bombardeio na Síria. Para Mélenchon, o ataque não tem “nenhum fundamento, nenhuma legitimidade internacional.”
Capa do jornal L'Humanité sobre comício de Mélenchon em Marselha:
Marseille @JLMelenchon « La victoire est à la portée de nos efforts » #Presidentielle2017 : https://t.co/JRVcxYxCbu pic.twitter.com/tkgMt4yM5M
— l'Humanité.fr (@humanite_fr) 10 de abril de 2017
Segundo turno
Os resultados nas pesquisas abriram a especulação sobre se Mélenchon estará no segundo turno, discussão que, até semana passada, só envolvia os nomes de Le Pen e Macron. Isso fez com que Mélenchon passasse a ser atacado.
Macron reagiu ao discurso do postulante de esquerda em Marselha. “Isso que ele propõe não é paz. Ele propõe nos desarmar e pensar que tudo vai ficar bem. Na melhor das hipóteses, é ingenuidade; na pior, é irresponsabilidade”, afirmou.
Já o secretário-geral d’Os Republicanos, Bernard Accoyer, chamou nesta segunda-feia (10/04) Mélenchon de “utopia” em entrevista ao programa de TV L’Opinion.
Uma pesquisa mostra que, em um eventual segundo turno entre Mélenchon e Le Pen, ele ganharia com 57% dos votos.