Quinta-feira, 12 de junho de 2025
APOIE
Menu

O presidente da Síria, Bashar al Assad, afirmou que as Forças Armadas de seu país têm capturado mercenários estrangeiros que lutavam ao lado da oposição e que “irá mostra-los ao mundo”. O chefe de Estado revelou a informação durante uma entrevista transmitida nesta quarta-feira (16/05) ao canal estatal russo de TV Rossiya-24, sua primeira declaração à imprensa depois de seis meses.

“Temos a participação de mercenários estrangeiros (entre os opositores). Eles estão sendo detidos e nós estamos nos preparando para mostrá-los ao mundo”, afirmou o presidente, que afirma que seus opositores são “terroristas” e não militantes pró-democracia.

Segundo o presidente do país árabe, entre os estrangeiros que lutam ao lado dos oposicionistas estão membros do grupo terrorista Al Qaeda.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

Na entrevista, Assad também criticou os países do Ocidente que criticam a violência das forças de segurança mas não fazem o mesmo com os combatentes da oposição. “Eles falam de violência, mas só a do lado do governo, nenhuma palavra sobre os terroristas. Esperamos por isso, assim como fizemos no passado. (O mediador do plano de paz das Nações Unidas, Kofi) Annan virá à Síria este mês e irei tratar desse tema com ele”, disse o líder sírio.

Sobre as sanções que o país tem sofrido, Assad disse que o país tem reforçado muito suas relações com países não alinhados às potências ocidentais, o que compensaria os prejuízos.

Segundo o presidente, a decisão do principal agrupamento opositor, o SNC (sigla em inglês para Conselho Nacional Sírio) de boicotar a última eleição parlamentar tirou qualquer crédito do grupo. “Pedir para boicotar as eleições é o mesmo que pedir para boicotar o povo. E como se pode boicotar o povo que eles afirmam representar? (…) Portanto, penso que eles não tem qualquer peso ou significância para a Síria”, disse.

A última entrevista concedida por Assad foi para a rede norte-americana ABC, em dezembro. A Síria enfrenta 14 meses de duros conflitos entre forças do governo e oposicionistas, que já deixaram ao menos nove mil mortos de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). Desde abril, foi iniciado um cessar-fogo, que tem sido sistematicamente desrespeitado pelos dois lados. As Nações Unidas enviaram 211 observadores militares e 66 civis nas principais cidades do país.

Em entrevista, líder sírio criticou postura do Ocidente em criticar a violência apenas do lado do governo

NULL

NULL