O presidente da Síria, Bashar al Assad, afirmou que as Forças Armadas de seu país têm capturado mercenários estrangeiros que lutavam ao lado da oposição e que “irá mostra-los ao mundo”. O chefe de Estado revelou a informação durante uma entrevista transmitida nesta quarta-feira (16/05) ao canal estatal russo de TV Rossiya-24, sua primeira declaração à imprensa depois de seis meses.
“Temos a participação de mercenários estrangeiros (entre os opositores). Eles estão sendo detidos e nós estamos nos preparando para mostrá-los ao mundo”, afirmou o presidente, que afirma que seus opositores são “terroristas” e não militantes pró-democracia.
Segundo o presidente do país árabe, entre os estrangeiros que lutam ao lado dos oposicionistas estão membros do grupo terrorista Al Qaeda.
Na entrevista, Assad também criticou os países do Ocidente que criticam a violência das forças de segurança mas não fazem o mesmo com os combatentes da oposição. “Eles falam de violência, mas só a do lado do governo, nenhuma palavra sobre os terroristas. Esperamos por isso, assim como fizemos no passado. (O mediador do plano de paz das Nações Unidas, Kofi) Annan virá à Síria este mês e irei tratar desse tema com ele”, disse o líder sírio.
Sobre as sanções que o país tem sofrido, Assad disse que o país tem reforçado muito suas relações com países não alinhados às potências ocidentais, o que compensaria os prejuízos.
Segundo o presidente, a decisão do principal agrupamento opositor, o SNC (sigla em inglês para Conselho Nacional Sírio) de boicotar a última eleição parlamentar tirou qualquer crédito do grupo. “Pedir para boicotar as eleições é o mesmo que pedir para boicotar o povo. E como se pode boicotar o povo que eles afirmam representar? (…) Portanto, penso que eles não tem qualquer peso ou significância para a Síria”, disse.
A última entrevista concedida por Assad foi para a rede norte-americana ABC, em dezembro. A Síria enfrenta 14 meses de duros conflitos entre forças do governo e oposicionistas, que já deixaram ao menos nove mil mortos de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). Desde abril, foi iniciado um cessar-fogo, que tem sido sistematicamente desrespeitado pelos dois lados. As Nações Unidas enviaram 211 observadores militares e 66 civis nas principais cidades do país.
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