Por ordem do presidente Nicolás Maduro, uma comissão de alto nível, comandada pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, está no Brasil para revisar acordos bilaterais entre os países na área econômica. O grupo também fará acordos com indústrias de alimentos, de farmácias e do setor hospitalar que impliquem transferência de tecnologia e a instalação de fábricas e distribuidoras desses setores na Venezuela. Esses são os setores mais afetados pela crise de abastecimento vivenciada pelo país e que o governo chama de “guerra econômica”.
Além de Diosdado, compõem, que chegou ao país nesta terça-feira (09/06) e deve permanecer até sexta (12/06), o ministro de Economia e Finanças, Rodolfo Marco Torres, o ministro do Poder Popular para as Indústrias Básicas e Mineração, José David Cabello, e o presidente da Corporação Venezuelana de Comércio Exterior, Giuseppe Yoffreda. Eles visitarão diversas cidades do país para firmar os acordos.
Prensa AN
Diosdado com Lula durante encontro realizado ontem
Nesta terça-feira (09/06), Diosdado se encontrou com o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a assessoria do presidente da Assembleia venezuelana, os dois discutiram sobre “a importância de falar sobre o futuro com os jovens” e sobre “o que foi alcançado na América Latina até o momento”.
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Está previsto, para esta quarta, outro encontro, em São Paulo, onde Lula e Diosdado seguirão com a agenda de trabalho.
Crise
A Venezuela vive, há dois anos, uma crise de abastecimento de alimentos, remédios e insumos hospitalares. O fato de que pessoas tenham que enfrentar longas filas para comprar alimentos e, sobretudo, que faltem medicamentos básicos para tratar doenças crônicas como diabetes e pressão alta, por causa do que o governo chama de “guerra econômica”, é um foco de críticas ao país.
Em entrevista a Opera Mundi, no mês passado, o defensor público da Venezuela, Tarek Saab, disse que foram criadas mesas de trabalho para tratar a questão. Além disso, ele acrescentou que, durante reunião com a presidente Dilma Rousseff, em janeiro, Maduro fez um acordo com a empresa Eurofarma para que o Estado comprasse os medicamentos diretamente do Brasil. Além disso, também está sendo estudada a instalação de um laboratório da empresa na Venezuela.