Um escândalo de prostituição na Colômbia em 2012 que envolveu o Serviço Secreto norte-americano foi abafado por razões políticas, reportou o Washington Post nesta quinta-feira (09/10). Na ocasião, a Casa Branca negou que seus funcionários estivessem envolvidos no incidente.
De acordo com o jornal, a Casa Branca sabia que um assessor voluntário da campanha de Barack Obama estaria envolvido na contratação de uma prostituta durante uma visita da equipe do então candidato à reeleição na cidade colombiana de Cartagena.
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Trata-se de Jonathan Dach, que à época tinha 25 anos, era estudante de direito da Universidade de Yale e cujo pai é Leslie Dach, conhecido doador dos Democratas, que já tinha doado quase US$ 24 mil para campanha de Obama de 2008.
Neste ano, tanto pai quanto filho passaram a trabalhar em tempo integral na administração de Obama. Jonathan assumiu o cargo de assessor político no Gabinete de Assuntos Globais da Mulher do Departamento de Estado, ao passo que Leslie foi nomeado conselheiro sênior do Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Ambos negaram conceder entrevista ao veículo.
Richard A. Sauber, que representa os Dach, disse ao Washington Post que Jonathan nega qualquer envolvimento no escândalo de prostituição e que nenhum familiar interveio com funcionários da Casa Branca ou investigadores federais. “As alegações subjacentes sobre qualquer conduta inadequada por Jonathan Dach em Cartagena são absoluta e completamente falsas”, afirmou Sauber.
Efe/ arquivo
Presidente democrata Barack Obama: equipe tentou segurar polêmica ao máximo em 2012
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Segundo funcionários do Senado, o investigador responsável pelo caso, David Nieland, pediu à época para que escondessem as provas do escândalo e atrasassem o relatório da investigação para depois das eleições presidenciais. O incidente nunca foi reconhecido publicamente.
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A equipe do Serviço Secreto compartilhou as descobertas várias vezes com funcionários de alto escalão da Casa Branca. Contudo, investigadores relatam que eram pressionados por superiores para reter informações potencialmente embaraçosas para depois da eleição de 2012.
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À época, três funcionários do Serviço Secreto envolvidos na investigação dizem que foram colocados sob licença administrativa em represália pela recusa em ignorar a polêmica. Além disso, pelo menos dez agentes foram demitidos por envolvimento no caso.
As relações entre a Casa Branca e o Serviço Secreto norte-americano seguem tensas. No início deste mês, Julia Pierson renunciou ao cargo de diretoria do Serviço Secreto após uma série de falhas de segurança, que incluíram um incidente em que um homem com uma faca conseguiu furar o esquema de segurança da Casa Branca e invadiu a residência oficial da presidência em setembro.