Dirigentes da COB (Central Operária Boliviana) anunciaram na noite deste domingo (19/05) que aceitaram dialogar com o governo e, assim, paralisar a suspensão, durante as próximas 48 horas, dos protestos de rua e bloqueios de estradas.
A decisão foi anunciada logo depois que o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, pediu para que as lideranças dos trabalhadores “parassem com as mobilizações e se sentassem para dialogar”.
Efe
Mineiros bolivianos protestam por melhores aposentadorias nas ruas de La Paz
“A COB declara vigília de 48 horas, sem bloqueio de ruas, para restabelecer o diálogo a partir das 8h da manhã desta segunda-feira e dar uma solução ao conflito para se alcançar a paz que o país e o povo precisam”, informou o secretário-executivo da Central, Juan Carlos Trujillo, citado pela ABI (Agência Boliviana de Informação).
O dirigente José Delgado disse que a vigília nacional consiste em que os trabalhadores em todo o país permaneçam atentos ao diálogo que se iniciou esta segunda-feira (19) na sede do Ministério do Trabalho.
Alguns setores da COB, principalmente dos trabalhadores do setor mineiro, está em greve há duas semanas. Eles exigem uma aposentadoria que compreenda 100% de seu último salário. Essa regra deve abrigar todos os filiados, incluindo os altos cargos, que ganham mais de 15.000 bolivianos (2.100 dólares).
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O governo considera este pedido inviável, pois colocaria em risco o sistema de pensões do país.
A normativa atual estabelece o pagamento de aposentadoria de até 70% do valor do último salário obtido pelo trabalhador. O governo propôs ampliar esse limite para beneficiar o maior número de pessoas.
Ele levaria, por exemplo, a cobertura de 70% aos salários inferiores a 4.571 bolivianos (640 dólares), porque antes ela só se aplicava às rendas inferiores a 3.700 bolivianos (520 dólares).
No caso dos mineiros, a cobertura de 70% se ampliaria dos salários de até 5.285 bolivianos (740 dólares) para os de 5.714 bolivianos (800 dólares).
A Lei de Pensões foi acordada e discutida por mais de quatro anos com a COB. A norma permitiu, em menos de dois anos de vigência, a aposentadoria de 21.791 trabalhadores, o que corresponde a 80% das pessoas que se aposentaram em 13 anos durante o antigo sistema neoliberal.
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