O chanceler italiano, Franco Frattini, defendeu nesta sexta-feira (12/11) que o primeiro-ministro Silvio Berlusconi deve ser mantido no cargo, e que a alternativa a isso é uma convocação antecipada das eleições.
“Não podemos imaginar uma alternativa a este presidente do Conselho, que venceu as eleições de 2008. Pode acontecer novamente que ou se confirme Berlusconi [no cargo de primeiro-ministro], ou se peça ao povo que decida”, colocou Frattini, destacando que não acredita na possibilidade da formação de um governo a partir de uma nova maioria, diferente da atual.
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Hoje, os oposicionistas Partido Democrata (PD) e Itália dos Valores (IDV) apresentaram na Câmara dos Deputados uma moção de desconfiança contra o atual governo. O chefe da bancada do PD, Dario Franceschini, pediu por escrito a Fini que convoque de imediato uma reunião com os chefes de bancada para agendar a data de votação da moção.
Por outro lado, o líder da bancada do Povo da Liberdade (PDL) no Senado, Maurizio Gasparri, decidiu elaborar uma moção de confiança ao Governo e também pediu que se programe a votação em uma reunião dos chefes de bancada.
Se for aprovada a moção de desconfiança entre os deputados, Berlusconi deve renunciar ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano. Caso isso ocorra, o chefe de Estado tem por dever constitucional verificar se há no Parlamento uma maioria que possa votar um novo governo. Se não houver, o presidente dissolve a casa legislativa e convoca novas eleições gerais.
Ontem, Berlusconi, o presidente da Câmara dos Deputados e ex-aliado do premier, Gianfranco Fini, e o líder da Liga Norte e ministro de Reformas, Umberto Bossi, se encontraram para tentar um acordo político, mas não entraram em um consenso.
Após se reunir com Bossi, segundo informaram fontes políticas, Fini disse a seus colaboradores que continua “esperando uma resposta formal da parte de Silvio Berlusconi sobre o meu pedido feito em Bastia Úmbria”, a cidade do centro da Itália onde no domingo pediu a renuncia do líder italiano.
Na ocasião, o presidente da Câmara dos Deputados exigiu a renúncia de Berlusconi à presidência do Executivo e a recomposição da maioria, incluindo nesta a União Democrática de Centro (UDC), de modo a fixar um novo “pacto de legislatura” que possa ser mantido até as eleições previstas para 2013.
Fini destacou ontem que, “se a resposta for negativa, retirarei a delegação do FLI do governo, assim que o premier retornar da importante cúpula internacional do G20 de Seul”, na Coreia do Sul. O encontro multilateral terminou hoje e Berlusconi retornou à Itália imediatamente após o fim dos trabalhos.
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