O vice-presidente boliviano, Álvaro Garcia Linera se reuniu, nesta sexta-feira (25/6), com o presidente chileno, Sebatián Piñera, em Santiago para estreitar as relações bilaterais e discutir avanços nos 13 pontos anteriormente acordados entre os dois países, o que inclui a demanda da Bolívia de uma saída para o Oceano Pacífico.
Linera substitui o presidente Evo Morales, que não pode comparecer à reunião em decorrência da Cúpula da Alba (Aliança para os Povos de Nossa América), que teve início também nessa sexta-feira no Equador.
Após a reunião, Linera disse que seu país não vai agir de forma incisiva para pressionar o Chile a cumprir os pontos, já que o país passa por um momento complicado após o terremoto do dia 27 de fevereiro.
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“O Chile está tentando se recuperar de uma tragédia recente, então precisamos saber esperar, entender e encontrar o momento certo para avançar novamente nas negociações”, disse ele.
Piñera não se pronunciou. O chanceler chileno Alfredo Moreno, entretanto, considerou o encontrou “muito satisfatório”. “Pudemos debater todos os temas da agenda bilateral. Acredito que foi um primeiro passo para a futura reunião que termos em julho.”
Entre os temas que as autoridades debateram estão a cooperação econômica, o uso dos portos e a administração conjunta da fronteira. Além disso, o tráfico de drogas, problema recorrente em ambos os países, também foi abordado.
“Nossos governos têm muitos temas em comum para trabalhar rapidamente. O narcotráfico, por exemplo, é uma luta de interesse comum e imediato”, disse Linera.
Durante o encontro, o presidente chileno convidou seu colega boliviano, Evo Morales, por meio de Linera, a visitar o Chile na festa do bicentenário, que acontecerá em setembro deste ano.
História
Em 1879, a Bolívia perdeu seu acesso ao mar para o Chile durante a Guerra do Pacífico. Desde então, La Paz demanda uma saída para o mar, alegando que este é uma das questões que dificultam o desenvolvimento boliviano.
Em 1975, os governos de La Paz e Santiago, chefiados pelos generais Hugo Banzer Suárez e Augusto Pinochet, respectivamente, retomaram as relações diplomáticas para resolver o impasse. Três anos depois, as relações foram rompidas novamente.
Em novembro de 1979, a OEA aprovou uma resolução durante uma reunião realizada em La Paz determinando que os dois governos resolvessem de forma pacífica o problema, considerado um potencial conflito para a região.
Em julho de 2006 – primeiro ano do governo Evo Morales, quando o Chile estava sob administração da ex-presidente Michelet Bachelet -, La Paz e Santiago iniciaram uma agenda de aproximação.
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