Autoridades chinesas concordaram em discutir com os membros do Conselho Permanente da ONU uma possível nova rodada de sanções contra o Irã por seu programa nuclear, após meses de reservas e declarações em favor da via diplomática.
“A China aceitou sentar e começar negociações sérias em Nova York”, disse a embaixadora dos EUA perante a ONU, Susan Rice, à rede de televisão “CNN”.
Com esta mudança de posição por parte de Pequim, anunciada depois de uma conversa telefônica entre os diretores políticos dos membros permanentes do Conselho de Segurança (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) mais a Alemanha – as seis potências poderão começar a perfilar a minuta da resolução nos próximos dias.
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A decisão deve reduzir o grau de tensão entre China e EUA, após meses de atrito sobre política cambial, censura à Internet, repressão no Tibet e venda de armas norte-americanas a Taiwan.
Os EUA passaram semanas consultando seus aliados sobre a linguagem do texto, mas a China tinha negado a falar de novas sanções enquanto os outros membros do Grupo queriam fazê-lo em uma conferência telefônica anterior, indicou a “ABC”.
Segunda-feira, a secretária de Estado de EUA, Hillary Clinton, disse no começo da reunião de ministros de Assuntos Exteriores do G8 no Canadá que confiava que a China iria participar da adoção de novas sanções contra o Irã.
Nas próximas semanas, “à medida que começarmos a trabalhar duro para tentar chegar a uma resolução no Conselho de Segurança, a China será envolvida”, antecipou então Clinton.
A China passou meses relutando em aceitar novas sanções ao programa nuclear do Irã, suspeito de incluir o desenvolvimento de armas, algo que Teerã nega. Pequim também não havia confirmado até agora a presença do presidente chinês, Hu Jintao, na cúpula nuclear dos dias 12 e 13.
Será o primeiro encontro de Hu com seu colega americano, Barack Obama, desde o início da crise diplomática entre Pequim e Washington por conta de assuntos como o Google, a valorização do iuane, a venda de armas dos EUA a Taiwan e a reunião de Obama com o Dalai Lama.
América Latina
Após a viagem aos EUA para assistir a cúpula, o presidente da China se dirige ao Brasil para uma reunião dos Bric (grupo formado, além dos dois países, por Índia e Rússia), no dia 14 de abril.
Ainda na América Latina, Hu Jintao visitará Venezuela e Chile para aprofundar a amizade e aumentar a confiança e a cooperação mútuas à medida que, segundo o governo chinês há um desenvolvimento comum entre a China e a América Latina.
“Nos últimos anos, a China e a América Latina experimentaram um aprofundamento da confiança política, uma expansão da cooperação econômica e uma maior comunicação nos assuntos internacionais”, explicou o porta-voz do Ministério chinês de Assuntos Exteriores, Qin Gang.
Segundo dados oficiais chineses, as trocas comerciais entre o país e a América Latina alcançaram 143 387 bilhões de dólares em 2008.
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