Nove pessoas foram condenadas à morte, três à prisão perpétua e 78 a diferentes penas por participar de atos terroristas na conflituosa região noroeste de Xinjiang, na China. Eles foram julgados por 23 casos de terrorismo, de acordo com informações da televisão estatal CFTV nesta quinta-feira (05/06).
Agência Efe
Em maio, cerca de sete mil pessoas assistiram ao julgamento de 55 pessoas acusadas de envolvimento com terrorismo
Segundo a emissora chinesa, os condenados foram acusados de diversos delitos, como pertencer a grupo armado, cometer assassinato, incitar o separatismo ou provocar incêndio. A medida faz parte da ofensiva do governo contra grupos separatistas que atuam na região.
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O portal Xinjiang Net informou que outros 29 suspeitos foram detidos hoje por estarem supostamente envolvidos com o ato terrorista que em 22 de maio provocou 39 mortes e deixou 94 feridos após ataque a um mercado ao ar livre de Urumqi, a capital regional. Em março, um atentado semelhante na estação ferroviária de Kunming, no sul da China, matou 33 pessoas e mais de 140 ficaram feridas.
Na última semana, 55 pessoas também foram consideradas culpadas por ter relação com terrorismo na cidade de Xinjiang. Os vereditos foram entregues perante uma multidão de sete mil pessoas.
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Em maio, as autoridades da região autônoma anunciaram o lançamento de uma operação antiterrorista que durará até junho de 2015.
Separatistas
A região de Xinjiang é a mais instável da China em termos de segurança, conhecida por ser foco de atuação dos separatistas do grupo étnico muçulmano uigur, que já praticou diversos ataques nos últimos meses ao redor do país.
Os atos de violência provocaram um aumento das medidas de segurança, em especial em grandes cidades e regiões onde se encontram muitas pessoas.
Na província, opera o grupo extremista conhecido como Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, ao qual Pequim atribui a realização de numerosos ataques no nordeste e em outras regiões do país. O governo também acusa a organização de ter vínculos com a Al-Qaeda.
Situada na fronteira com Afeganistão e Paquistão, a província de Xinjiang é povoada por várias etnias muçulmanas ligadas aos povos da Ásia Central. O grupo uigur reivindica a independência dessa região com o nome de “Turquestão Oriental” e critica a repressão do governo chinês à sua cultura e religião.