Membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), a China está, aos poucos, assumindo um papel assumindo um papel maior na mediação de conflitos internacionais. Nesta semana, após receber o presidente da ANP (Autoridade Nacional palestina), Mahmoud Abbas, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a chancelaria chinesa anunciou expressamente nesta sexta-feira (10/05) o desejo de participar diplomaticamente nos esforços para resolver o conflito entre israelenses e palestinos, papel protagonizado há décadas pelos Estados Unidos, sem sucesso.
Assim como noticiou Opera Mundi em reportagem na última quarta-feira (08/05), um editorial do jornal governista Diário do Povo destacou que o país asiático “desempenha um papel cada vez mais importante” nos assuntos do Oriente Médio.
Agência Efe
Encontro entre líderes chineses e israelenses, em Pequim
Nesta sexta-feira (10/05), a porta-voz da chancelaria chinesa, Hua Chunying, afirmou que o governo está disposto a trabalhar com a comunidade internacional para realizar trabalhos de mediação no processo de paz no Oriente Médio.
Apesar de as visitas de ambos os líderes ao gigante asiático terem coincidido parcialmente no tempo e dos “esforços” das autoridades chinesas para propiciar o encontro entre Abbas e Netanyahu, no final cada um deles se reuniu separadamente com o presidente da China, Xi Jinping.
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“O fato de receber os líderes de Palestina e Israel é um novo esforço do país para promover as conversas de paz e demonstrar nossa atitude construtiva para resolver os problemas deste ponto quente no Oriente Médio”, disse Hua. Para a diplomacia local, isso reflete uma atitude construtiva chinesa na tentativa de levar a paz ao Oriente Médio e criar uma boa atmosfera de negociação.
Nesta sexta-feira, Xi pediu a Netanyahu que reinicie as negociações de paz com os palestinos o mais rápido possível.
Os movimentos feitos pela China ocorrem ao mesmo tempo em que os Estados Unidos estão empenhados em uma nova campanha diplomática para retomar as negociações de paz, que fracassaram em 2010 depois da contínua expansão dos assentamentos de Israel.
Agência Efe (06/05)
Encontro entre XI Jinping, presidente chinês, e líder palestino Mahmoud Abbas
Segundo a agência oficial chinesa Xinhua, o enviado especial local para o Oriente Médio, Wu Sike, que viajou à região na semana passada, declarou em Ramallah (Cisjordânia) que “a nova liderança chinesa quer impulsionar o processo de paz e retomar as conversas entre as duas partes para conseguir uma solução de dois Estados”, e que “a China apoia a criação de um Estado palestino com as fronteiras de 1967 e Jerusalém Oriental como sua capital”.
A oferta de mediação da China surge depois da recente viagem do secretário de Estado dos EUA John Kerry à região no mês passado, dias antes de iniciar uma jornada de visitas que incluiu uma passagem por Pequim. A visita de Kerry foi vista com desconfiança e como ineficaz por palestinos, e com indiferença por israelenses.
(*) com informações das agências Efe e Reuters, da Rádio China Internacional e do Portal Vermelho.