O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, termina neste domingo (14/11) com uma visita ao Buda de Kamakura, no Japão, sua viagem por quatro países da Ásia na qual colheu conquistas na projeção da imagem de seu país no continente e revezes em seus objetivos econômicos.
“É magnífico voltar a este grande tesouro da cultura japonesa. Sua beleza permaneceu comigo durante muitos anos”, disse Obama, que em repetidas vezes falou do impacto que lhe causou a grande estátua, que sua mãe o levou a ver quando ele tinha seis anos.
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A etapa evidenciava algo que ficou em evidência ao longo da viagem: o uso de sua história pessoal para promover um melhor entendimento com uma região que concentra a metade da população e da riqueza mundial.
O presidente americano visitou Índia, Indonésia, Coreia do Sul e Japão em uma viagem que tinha como objetivos tanto reafirmar o envolvimento dos EUA no continente frente à ascendência da China como abrir mais mercados na Ásia e reforçar a posição econômica de seu país.
A Casa Branca, através de seu conselheiro de Segurança Nacional, Tom Donilon, assegura que alcançou todas suas metas: “Aprofundamos nossas relações com nossos parceiros e aliados, desenvolvendo ao mesmo tempo uma relação construtiva, positiva com a China”.
Embora as conquistas sejam parciais Na Índia, anunciou novos contratos para exportações-chave rumo a esse país.
Também promoveu a imagem americana ao declarar seu apoio a que esse Estado conte com um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, participar em um encorajado debate com estudantes em Mumbai e, sobretudo, dançar durante a festividade de Diwali, a festa das Luzes indiana.
Sua passagem pela Indonésia, seu lar da infância, foi mais breve do que o previsto devido a uma nuvem de cinza vulcânica.
Mas ele teve ocasião para se conectar com o povo indonésio e lançar uma mensagem ao mundo muçulmano, com um discurso desde a Universidade da Indonésia em Jacarta no qual proclamou, entre aplausos, “pulang kampung nih” (“voltei para casa”) e insistiu em que os EUA não estão em guerra contra o Islã.
Após o sucesso dos dois primeiros períodos de sua viagem, começaram os revezes, durante a etapa sul-coreana.
Obama e o presidente sul-coreano, Lee Myung Bak, tinham traçado o objetivo de fechar um tratado de livre-comércio entre os dois países pendente de ratificação desde 2007 e que os EUA consideram essencial para promover suas exportações e criar postos de trabalho. Não o conseguiram a tempo.
O presidente americano se viu obrigado a defender em Seul a decisão do Federal Reserve de injetar US$ 600 bilhões de liquidez na economia, que tinha suscitado críticas por seu impacto na cotação em baixa do dólar.
E não conseguiu que na reunião do G20, o evento-chave desta viagem, as maiores economias do mundo formulassem medidas concretas para combater os desequilíbrios em conta corrente ou uma linguagem firme contra a política monetária chinesa, que os EUA consideram que mantém artificialmente o iuane abaixo de seu valor real.
A economia voltou a ser o tema central da última etapa de sua viagem, Yokohama no Japão, para participar da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que deu um impulso à criação de uma área de livre-comércio para essa região.
Obama aproveitou esta estadia para reiterar sua mensagem de compromisso com a segurança na região, em uma referência que não terá passado despercebida em Pequim.
Agora o presidente americano, que voltará a viajar no final desta semana para participar das cúpulas da Otan e UE-EUA em Lisboa, parte de volta para casa, onde lhe espera um panorama complicado após as eleições legislativas que deram a vitória aos republicanos no último dia 2.
Na quinta-feira, Obama já manterá uma nova reunião com os líderes republicanos no Congresso.
E terá que determinar uma Mapa de Caminho para levar adiante seus desafios imediatos: conseguir a aprovação, na sessão de transição do Congresso antes de janeiro, do tratado de desarmamento nuclear com a Rússia Start e chegar a um acordo com os republicanos sobre cortes de impostos.
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