A fumaça de cor preta novamente saiu da chaminé da Capela Sistina, às 11h39 locais (7h39 da manhã no horário de Brasília) desta terça-feira (13/03/13) durante o segundo dia de votação para o conclave que elegerá o substituto do papa Bento XVI no comando da Igreja Católica.
Esse ato simbólico sinaliza que os 115 cardeais que estão reunidos a portas fechadas e incomunicáveis na Cidade do Vaticano não chegaram a um acordo para eleger o novo sumo pontífice. O futuro escolhido, que deverá somar dois terços das preferências (77 votos) será o 264º papa, e sua nominação será simbolizada pela fumaça de cor branca.
Agência Efe
Fumaça preta sai da chaminé da Capela Sistina na manhã do segundo dia de conclave, na Cidade do Vaticano
A próxima rodada está marcada para ocorrer na tarde desta quarta-feira (13), após o almoço. Até a definição, devem ocorrer duas votações pela manhã e duas pela tarde. O limite para o número de votações é de 33 – em caso de indefinição, a última votação será disputada apenas entre os dos mais votados.
De acordo com o jornal italiano “La Repubblica”, o arcebispo de Milão, Angelo Scola teria sido o mais votado no primeiro dia (12/03) com 50 votos, seguido pelo arcebispo de São Paulo, o brasileiro Odilo Scherer e o de Budapeste, Peter Erdo.
Histórico
O conclave iniciado nesta tarde é o 75º da história da Igreja Católica. Esse sistema de votação teve início em 1274, no século XIII, no pontificado de Gregório X.
O voto secreto e por escrito foi instituído em 1621 por Gregório XV. Em seguida, foi instituída a obrigação de segredo sobre o que ocorreu durante o conclave. Nos anos seguintes, houve uma série de mudanças.
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Antes dessa votação, o sucessor do papa era sempre o bispo de Roma, escolhido através de outros critérios.
Em 1268, antes de o conclave ser instituído como sistema de eleição, os cardeais chegaram a ficar dois anos e nove meses para escolher o papa. Sem acordo, na época, os cardeais ficaram a pão e água até chegarem a um consenso.
A legislação atual segue a Universi Dominici Gregis, constituição apostólica datada de 1996 e orientada pelo papa João Paulo II. Entre outras determinações, o documento afirma que a votação deve ser realizada na Capela Sistina e que, durante esse período, a Casa de Santa Marta deve ser a morada dos votantes.
Além disso, determina que a idade limite para participarem e “concorrerem” ao cargo deva ser de 80 anos, e que não mais de 120 cardeais tenham direito a voto.
Como ele é anunciado
O anúncio do novo papa será feito pelo cardeal francês Jean-Louis Tauran, de 69 anos. A expressão completa que ele dirá, em latim, é: “Annuntio vobis gaudium magnum: habemus Papam. Eminentissimum ac reverendissimum dominum, dominum [seguido do nome do eleito], Sanctae Romanae Ecclesiae cardinalem [o sobrenome do sucessor], qui sibi nomen imposuit [o nome escolhido pelo eleito como papa]”.
Em tradução livre para o português, o significado é: “Anuncio a todos com grande alegria: temos papa. O mais eminente e mais reverendo senhor, [seguido do nome do eleito], cardeal da Santa Igreja Romana [o sobrenome do sucessor] que assumirá o nome de [é dito o nome escolhido pelo eleito como papa]”.