O diplomata Carlos Alberto França foi escolhido nesta segunda-feira (29/03) para assumir a chefia do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Aos 56 anos, o novo chanceler é considerado discreto e tem carreira ligada ao cerimonial do Itamaraty.
Da mesma forma que o ex-ministro Ernesto Araújo quando foi nomeado, França foi promovido a embaixador há pouco tempo e nunca chefiou um posto no exterior. Graduado em direito, França entrou em 1991 no serviço diplomático.
Fora do Brasil, o novo ministro do Itamaraty ocupou postos nas embaixadas da Bolívia, em dois momentos, como ministro-conselheiro. França também esteve em representações diplomáticas nos Estados Unidos e no Paraguai.
As ações desenvolvidas na Bolívia foram, inclusive, tema de sua tese para um trabalhado acadêmico que diplomatas precisam realizar no Instituto Rio Branco, a escola da diplomacia do Brasil. O artigo foi entregue para a promoção de ministro de segunda classe.
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Nomeação do diplomata trata-se de um ‘recuo’ por parte do presidente brasileiro, que não encerra as disputas do Ministério
Em novembro de 2019, por decisão do presidente Jair Bolsonaro, o atual chanceler tornou-se ministro de primeira classe, nomeação na qual se recebe o título de embaixador com méritos.
O novo chanceler se aproximou de Bolsonaro quando chefiou o cerimonial do Palácio do Planalto. Antes de ser escolhido para o Ministério das Relações Exteriores, ele havia sido nomeado para comandar a assessoria especial da Presidência.
No entanto, França é mais um ministro que compõe a chamada “ala ideológica” do governo. Segundo a colunista Vanessa Dias, do Esquerda Diário, a nomeação do diplomata trata-se de um “recuo” por parte do presidente brasileiro, que não encerra as disputas do Ministério.
França ganhou a corrida contra outros nomes, como Luís Fernando Serra, atual embaixador do Brasil em Paris, Maria Nazareth Farani de Azevêdo, cônsul-geral em Nova York, Nestor Foster, embaixador do país nos EUA, e com o almirante Flávio Rocha, que comanda interinamente a Secretaria de Comunicação Social do Planalto.
(*) Com Revista Fórum.