Em votação apertada na Câmara dos Deputados – 314 a 311-, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, conseguiu votos de confiança no Parlamento italiano nesta terça-feira (14/12). Antes, no Senado, a moção de confiança em Berlusconi foi aprovada por 162 dos 309 senadores, com 11 abstenções. A vitória, no entanto, não garante a governabilidade do primeiro-ministro, que deve consultar o presidente da república, Giorgio Napolitano, nos próximos dias, para que ele decida se serão convocadas eleições antecipadas.
Efe
Manifestantes foram repreedidos pela polícia durante protesto contra Berlusconi, em Roma
A todo o momento suspeitas de que deputados haviam recebido suborno para votar a favor da moção circularam pela Câmara e culminaram em luta física entre alguns dos políticos ao final da sessão, conforme informou o jornal italiano La Reppublica.
Segundo a RAI News, a votação desta tarde foi decidida por três deputados que mudaram de posição durante esta semana. Eles estavam na oposição, mas acabaram votando pela confiança no governo. Em declarações à TV, o parlamentar Nicchi Vendola disse que “esses votos não bastam”.
“Vá embora, primeiro-ministro! Vá para as Bahamas”, afirmou Antonio Di Pietro, líder do partido de esquerda Itália dos Valores, antes da votação. “Berlusconi está no fim da linha”, disse, ao apontar o suposto suborno dado a outros colegas.
Recentes escândalos protagonizados pelo primeiro-ministro italiano provocaram a perda de apoio de seu ex-aliado próximo Gianfranco Fini, do partido Futuro e Liberdade para a Itália, o que deixou o governo sem maioria absoluta na Câmara. O alto índice de desemprego, a reforma na educação, cortes de gastos públicos e uma crise sobre a coleta de lixo em Nápoles contribuíram também para a retirada do apoio a Berlusconi.
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Protestos
O dia de votação no Senado e na Câmara foi marcado por protestos em diversas partes da Itália. Na capital, Roma, 100 mil pessoas protestaram, segundo os organizadores, em sua maioria estudantes, mas também desempregados, trabalhadores insatisfeitos e moradores de L'Aquila, a cidade que foi destruída pelo terremoto de abril 2009. Houve confrontos com a polícia e um manifestante ficou ferido, segundo a RAI News.
Em Palermo, na Sicília, mais de 500 estudantes bloquearam por alguns instantes o aeroporto ao ocupar a pista de aterrissagem e exibir um cartaz onde se podia ler: “Vamos bloquear tudo, vão todos embora”. Outros estudantes tomaram estações ferroviárias interrompendo o tráfego dos trens, antes de se dirigirem para o porto.
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