Pelo menos 26 pessoas morreram e 170 ficaram feridas durante os enfrentamentos entre o exército do Sudão do Sul e militares dissidentes dos últimos dois dias em Juba após a tentativa de golpe de Estado, informou nesta terça-feira (17/12) o porta-voz militar, Philip Aguer.
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Aguer explicou por telefone desde Juba que as vítimas pertencem aos dois grupos e que nesta noite foram retomados os choques com “uma pequena força da Guarda Presidencial”.
A perseguição dos insurgentes continuou até a primeira hora da manhã, mas – segundo Aguer – a situação está “sob controle” na capital, depois da revolta que começou na noite de domingo.
O porta-voz das Forças Armadas disse que foi detido “um grupo de políticos e militares”, mas que o ex-vice-presidente Riak Mashar, que é acusado de tentativa de golpe, se encontra ainda foragido.
As forças insurgentes que se mantiveram ativas pertenciam à guarda pessoal de Mashar quando estava no poder, do qual foi afastado em julho.
A escalada de violência em torno do Ministério da Defesa provocou o deslocamento ontem de população a bairros mais seguros, e cerca de 2 mil pessoas buscaram refúgio na sede das Nações Unidas em Juba.
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Segundo Aguer, durante esta jornada todos os deslocados retornarão a seus lares.
O chefe de Estado, Salva Kiir, denunciou ontem “uma tentativa de golpe de estado fracassado”, acusando os partidários de Mashar, seu principal rival político.
Kiir decretou toque de recolher noturno em Juba até novo aviso e afirmou que tinham sido registradas vítimas e efetuado detenções nos choques, mas sem precisar números.
Os militares insurgentes trataram de atacar o Ministério da Defesa e sede do partido governante, o MPLS (Movimento Popular para a libertação do Sudão), assim como o maior armazém de armas da capital .
Desde sua independência do Sudão em julho de 2011, o Sudão do Sul foi palco de enfrentamentos tribais, tensões internas e conflitos com seu vizinho do norte.