As autoridades do Congo e da República Democrática do Congo deram início na sexta-feira (05/02) a uma investigações contra 120 soldados congoleses que serviam na Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (Minusca) e foram acusados de abuso sexual pela ONG Human Rights Watch.
“Devido ao entendimento entre o governo congolês e o escritório do secretário-geral da ONU, foi acordado que uma investigação administrativa será realizada”, disse o ministro das Comunicações, Thierry Moungalla. Ele ainda afirmou que a apuração será conduzida pelo ministro da Defesa que irá “verificar a veracidade das alegações [da Human Rights Watch]”.
Minusca/FlickrCC
Soldado congolês na República Centro-Africana
Inicialmente a organização havia denunciado sete casos de abuso na cidade de Bambari, porém, na quinta-feira (04/02), divulgou um novo relatório apresentando mais oito casos de assédio sexual na mesma cidade. As vítimas teriam entre 13 e 29 anos.
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“[Funcionários da ONU] Encontraram evidências iniciais suficientes indicando que cinco das vítima eram menores de idade e foram violentadas sexualmente e que um adulto foi sexuamente explorado”, disse a Minusca em comunicado.
Logo após as acusações, a ONU repatriou 120 soldados congoleses que atuavam na República Centro-Africana.
Os casos de abuso sexual por parte dos soldados da ONU no país foram revelados em 2014 após o diplomata Anders Kompass repassar um relatório, intitulado “Abuso Sexual de Crianças pelas Forças Armadas Internacionais”, para autoridades francesas. Na semana passada, as Nações Unidas afirmaram que soldados da Geórgia, da França e de outro país europeu não identificado violentaram crianças na República Centro-Africana.