A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse neste sábado (27/09) que está recebendo perguntas de doadores e organizações com as quais colabora sobre os requerimentos para acelerar o uso do tratamento experimental contra o ebola baseado no sangue de pacientes que se recuperaram.
Agência Efe
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Os interessados em financiar esta forma de tratamento – utilizada em estrangeiros e em alguns poucos trabalhadores da área da saúde locais que se contagiaram – desejam conhecer as necessidades em termos de pessoal e de formação que requerem, assim como de equipamentos e provisões, e o quanto isso custaria.
Os anticorpos presentes no sangue de alguém que conseguiu se curar do ebola servem para que um doente lute contra o letal vírus.
A diretora geral adjunta da OMS, Marie-Paule Kieny, explicou hoje que os tratamentos baseados no sangue do convalescente (plasma ou soro sanguíneo) estão gerando “entusiasmo”.
Por um lado, a diretora apontou que é porque são métodos que estão disponíveis de maneira relativamente fácil e, por outro, porque os países afetados “não têm que esperar que alguém fabrique os remédios”, o que depende das companhias farmacêuticas e laboratórios.
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Kieny lembrou que o soro sanguíneo é utilizado em outros tratamentos, além do ebola, “com um registro de segurança que, a princípio, é muito bom”.
“A transfusão e a inoculação de soro (sanguíneo) são reconhecidos como tratamentos seguros, mas não sabemos se será efetivo -no caso concreto do ebola- porque não há suficiente gente que tenha provado este método”, explicou.
A OMS disse que já em meados dos anos 1990 houve uma experiência de transfusão de sangue em oito doentes de ebola, dos quais sete sobreviveram, mas que ao não ter existido um “grupo de controle”, não há segurança de que a recuperação foi totalmente ou parcialmente derivada do tratamento.
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Do surto atual, a entidade conta com informações sobre de casos de infectados que se recuperaram, mas aos quais não foi somente administrado o plasma, mas também algum fármaco experimental e que, além disso, receberam atendimento médico altamente especializado, o que também pôde ter sido fundamental para a sobrevivência.
Kieny reconheceu que o uso do sangue como tratamento é uma questão delicada em países onde os sistemas de saúde funcionam precariamente, por isso é preciso prestar grande uma atenção para que os doadores passem pelos testes sanguíneos necessários.