Menos de uma semana depois da série de protestos que tomou conta das principais cidades do Equador, o presidente Rafael Correa reiterou que houve uma tentativa de golpe de Estado. Os integrantes da Polícia Nacional que lideraram as manifestações alegaram insatisfação com as medidas adotadas pelo governo. Mas Correa afirmou que o objetivo era desestabilizar o governo e promover a desordem.
“Eles [os rebelados] sabem que não vão ganhar nas urnas, então qual é a estratégia que adotaram? Tentar ganhar com o uso das forças de segurança, dos grupos armados e pela força na tentativa de desestabilizar o governo”, disse o presidente. As informações são da Andes (Agência Pública de Notícias do Equador e da América do Sul), que é ligada ao governo equatoriano.
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Correa afirmou que o saldo dos protestos do último dia 30 foi de cinco mortos e 200 feridos. Segundo ele, as manifestações foram estimuladas pelo principal opositor do governo, o ex-presidente Lucio Gutiérrez – que renunciou ao governo em abril de 2005, depois de uma série de denúncias e vários protestos. Gutierrez, porém, negou envolvimento nas manifestações.
O presidente do Equador afirmou que a cada dia as investigações apontam novos indícios. “[As provas mostram que] tudo isso foi tremendamente preparado e planejado”, afirmou Correa, informando que foram encontrados vídeos de uma assembleia de integrantes da oposição com policiais.
Os policiais rebelados reclamavam do fim do pagamento de bonificações para a Polícia Nacional e das Forças Armadas. Inicialmente, Correa afirmou que não revogaria a lei. Mas, ontem (5/10), autoridades do governo informaram que militares e policiais vão receber reajuste a partir de 2011. Correa afirmou que 42 mil policiais receberam “grande apoio” do governo.
Como exemplo, o equatoriano disse que foram modernizadas as estruturas nas quais os policiais trabalham, reaparelhada a instituição e dadas condições adequadas de trabalho. Correa lembrou que dobrou o salário de alguns policiais, que recebiam cerca de 300 de dólares e passaram a ganhar salários de 800 de dólares.
Os protestos no Equador geraram reuniões de emergência dos presidentes da República e ministros das Relações Exteriores sul-americanos. O temor era que as manifestações levassem à retirada de Correa do poder. As autoridades latinas ratificaram o apoio ao equatoriano e rechaçaram as ameaças.
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