O principal destaque da semana em Opera Mundi ocorreu na terça-feira (05/08), quando a presidente das Avós da Praça de Maio, Estela Carlotto, encontrou o neto após 37 anos de busca. Morador da cidade de La Plata, próxima a Buenos Aires, o músico Ignacio Hurban, chamado pela família Carlotto de Guido, realizou voluntariamente o exame de DNA.
Pianista, arranjador e compositor, Guido é autor de três discos e já trabalhou com importantes nomes da música argentina e internacional. O neto realizou o exame de DNA por ter dúvidas sobre sua identidade. O pai do músico, Daniel Mariani, morreu durante o tiroteio no qual Laura Carlotto, mãe de Guido, foi capturada.
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Estela de Carlotto (ao meio, de colete cinza), comemorou o encontro do neto durante entrevista coletiva à imprensa em Buenos Aires
Laura foi sequestrada em 1977 pela ditadura militar argentina, quando estava grávida de três meses. A criança foi separada da mãe assim que nasceu no Hospital Militar Central de Buenos Aires. Dois meses depois ela foi assassinada e teve os restos entregues à família.
“Eu não queria morrer sem poder abraçá-lo”, afirmou Estela ao encontrar o neto. Durante a entrevista coletiva concedida na terça-feira (05/08), ela ressaltou que outros 400 netos seguem desaparecidos. A associação Civil da Praça de Maio é uma organização não governamental que pretende localizar todas as crianças desaparecidas em sequestro nos anos da ditadura.
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Conflitos entre Israel e Hamas
Na quarta-feira (06/08), Opera Mundi publicou reportagem sobre um telegrama vazado pelo Wikileaks, enviado pela Embaixada dos EUA em Tel Aviv para Washington, no qual afirma que “a intenção do governo de Israel é manter a economia de Gaza funcionando em nível precário, pouco acima de uma crise humanitária”. No documento, escrito em 3 de novembro de 2008, também consta que “autoridades israelenses confirmaram (a informação) diversas vezes aos funcionários da Embaixada”.
Na terça, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, afirmou que Israel deve assumir suas responsabilidades pelas “crescentes evidências de crimes de guerra” cometidos em Gaza “e um número nunca visto de vítimas civis, incluindo crianças”. Dois dias depois, o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu ajuda de parlamentares dos EUA para se defender das acusações de crime de guerra. “O primeiro-ministro nos pediu que trabalhássemos juntos para garantir que essa estratégia de ir à Corte Penal Internacional não tenha sucesso”, disse Steve Israel, do partido Democrata.
Agência Efe
Ataque israelense no norte de Gaza nesta sexta-feira
Nesta sexta-feira (08/08), com o fim do cessar-fogo de 72 horas entre Israel e Hamas, a Faixa de Gaza voltou a ser bombardeada pelo Exército Israelense. Israel acusou novamente milícias palestinas de lançarem foguetes em seu território. No ataque, um menor morreu e outros onze palestinos ficaram feridos. Às 8h local (2h em Brasília), a trégua terminou após o porta-voz do Hamas afirmar que as milícias não aceitariam prorrogação.
Em artigo, o diretor editorial de Opera Mundi, Breno Altman, afirma que “governos sionistas fizeram Israel ocupar territórios que não lhe pertencem, impedindo a soberania de outro povo, o palestino”. Além disso, ele diz que “atualmente hegemônico entre os judeus, o sionismo é apenas uma corrente de opinião, que se caracteriza por abordagem nacionalista. Não equivale a eventual código histórico-cultural dos povos judeus. Trata-se tão somente de uma orientação político-ideológica fundida à religião e ao Estado”.
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Crise na Ucrânia
Na quinta-feira (07/08), o governo da Ucrânia suspendeu a trégua com os separatistas pró-Rússia no local da queda do avião da Malaysia Airlines. Fortes explosões foram ouvidas pela reportagem de Opera Mundi e confrontos entre as forças do governo e os insurgentes aconteceram durante o dia. O cessar-fogo havia sido declarado para facilitar as atividades da missão internacional que investiga as causas da queda do avião, que deixou 298 vítimas.
Agência Efe
Mulher observa vitrine com queijos em São Petersburgo (Rússia); produtos perecíveis de UE e EUA não poderão entrar no país
Também na quinta-feira, a Rússia proibiu por um ano a importação de todos os alimentos perecíveis procedentes dos países que adotaram sanções contra Moscou. Durante o anúncio da medida, o primeiro-ministro Dmitritri Medvedev afirmou que “a Rússia adota a proibição total para a importação de carne de vaca, porco, verduras e hortaliças, frutas, aves, pescado, queijos, leite e produtos lácteos” de União Europeia, Estados Unidos, Austrália, Canadá e Noruega”.