O documentário 'O Processo', da cineasta Maria Augusta Ramos, ficou em terceiro lugar neste sábado (24/02) no prêmio do público na Berlinale, o festival de cinema de Berlim. O filme trata do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e foi ovacionado durante suas exibições no evento.
Em entrevista à Deutsche Welle, Ramos disse não se considerar ativista, mas, sim, uma cineasta. “O processo do impeachment foi muito confuso, muito caótico. Muitos elementos não vieram à tona, ou foram suprimidos para que não viessem à tona, para que não elucidassem as razões da acusação e das denúncias contra a presidente. Para mim era importante retratar essa dinâmica em toda a sua complexidade, possibilitar que essas outras narrativas também viessem à tona. Era importante dar outros elementos ao público, para que ele pudesse refletir sobre esse momento histórico”, disse.
“Acho que um filme, um documentário, não pode ser só a minha visão como ser social e político. Eu não faço filmes para defender uma tese. Se eu soubesse o que dizer, eu diria em duas linhas. Um filme tem que retratar um momento, retratar os argumentos de ambos”, afirmou.
O filme tem previsão de estreia no Brasil em junho.
Outros prêmios
Outros filmes brasileiros também ganharam prêmios no festival, que está em sua 68ª edição. “Tinta Bruta”, de Marcio Revlon e Filipe Matzembacher, ganhou o Teddy Award, premiação dada a filmes de temática LGBT. Além dele, “Bixa Travesty”, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, ganhou o Teddy de Melhor Documentário, com Linn da Quebrada.
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Reprodução
Filme sobre impeachment de Dilma foi um dos favoritos do público em Berlim
(*) Com Deutsche Welle