As expectativas do resultado das eleições em El Salvador e a crise que elevou as tensões entre Rússia e Ucrânia pela península da Crimeia foram os principais destaques da semana em Opera Mundi. Na quinta (13/03), o TSE (Tribunal Supremo Eleitoral) de El Salvador informou o escrutínio definitivo do segundo turno da eleição presidencial, realizado domingo (09/03). Salvador Sánchez Cerén, da FMLN (Frente Farabundo Martí para a Liberação Nacional), foi eleito novo presidente do país, com 50.11% (1,495,815 votos). Norman Quijano, do partido Arena (Aliança Republicana Nacionalista), de direita, teve 49.89% (1,489,451).
Após a divulgação do resultado final das eleições, Sánchez Cerén concedeu uma entrevista coletiva à imprensa em que chamou a oposição a dialogar para construir o futuro do país. “Vamos trabalhar para unir o país”, afirmou. Por sua vez, o vice Oscar Ortiz fez um chamado aos empresários, para que se aproximem “do futuro governo para trabalhar juntos e levantar o país sem visões pessimistas”.
Efe
Membros da FMLN celebram anúncio do resultado do segundo turno das eleições, que confirmaram vitória do partido de esquerda
Na terça (11/03), o Arena interpôs uma série de pedidos ao TSE salvadorenho. Primeiro, solicitou a recontagem um a um de todos os 2.981.654 votos envolvidos no pleito. O pedido foi negado pelo órgão eleitoral, alegando que tal medida não é permitida pela legislação que regula o processo do país. Sem reconhecer o resultado preliminar, o partido opositor havia pedido também a anulação completa do segundo turno das eleições.
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Na segunda (10/03), o TSE optou por não anunciar o vencedor da eleição, apesar da vantagem de 6.634 votos de Sánchez Cerén. Na ocasião, o Tribunal entendeu que as atas precisariam ser revistas, pois podiam representar um número maior de eleitores, o que, matematicamente, alteraria o resultado final.
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Conflito pela Crimeia
O clima de tensão por conta da Crimeia se acirrou ainda mais entre russos e ucranianos nesta semana. Na sexta (14/03), os sites do Kremlin e do Banco Central da Rússia sofreram ataques de hackers após autoridades russas terem iniciado uma campanha de censura a páginas da oposição não parlamentar. Na quinta-feira (13/03), uma pessoa morreu e outras dez ficaram feridas na cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, em um confronto entre defensores da integridade territorial do país e partidários da Rússia.
Efe
Imagem do conflito entre ucranianos e russos na quinta-feira, em Donetsk
Apesar das pressões internacionais, Moscou se organiza para a incorporação da península autônoma ucraniana da Crimeia. “A decisão sobre a entrada da Crimeia já foi tomada no Kremlin no mais alto nível”, divulgou na quarta (12/03) o portal russo Gazeta.ru. “A transferência está sendo preparada para os próximos dias”, afirmou o vice-presidente do Conselho de Ministros da Crimeia, Rustam Temirgaliey, em coletiva transmitida pela televisão russa.
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Na terça (11/03), o Parlamento da República Autônoma da Crimeia adotou uma declaração de independência formal da Ucrânia. Na ocasião, o Ministério das Relações Exteriores russo anunciou que a declaração está “absolutamente” de acordo com a lei. Segundo Moscou, tal passo não necessitaria de uma modificação em sua legislação, já que para somar sua federação a um “estado independente e soberano” bastaria a assinatura de um tratado bilateral.
Efe
Em Sebastopol, na Crimeia, outdoor chama população a votar pela reunificação no referendo: escolha entre território “nazista” ou “russo”
Para ratificar a decisão do Legislativo, a população da Crimeia foi convocada para um referendo no próximo domingo (16/03) em que deverá responder a duas perguntas: “Você é a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia como sujeito da Federação Russa?” e “Você é a favor de que volte a entrar em vigor a Constituição da Crimeia de 1992 e do status da Crimeia como parte da Ucrânia?”. Se o referendo apontar para uma ruptura com Kiev, a península se tornará a entidade federada número 84 da Rússia.
Entenda o caso do Malaysia Airlines
Informações coletadas por radares militares apontam que o avião da Malaysia Airlines desaparecido desde sábado (08/03) saiu da rota prevista propositalmente, revelaram fontes malaias à Reuters na sexta-feira (14/03). A aeronave teria voado em direção às ilhas de Adaman, arquipélago indiano localizado a noroeste da península de origem.
Contudo, no mesmo dia, especialistas da Universidade de Ciência e Tecnologia da China declararam que detectaram um “evento no leito marinho”, similar a um tremor, nos mares entre a Malásia e o Vietnã. O movimento aconteceu em um ponto a 116 quilômetros ao norte de onde ocorreu o último contato com a aeronave.
Efe
Avião desapareceu na madrugada de sábado (08/11) entre Kuala Lumpur e Pequim, carregando passageiros majoritariamente chineses
Há uma semana de desaparecimento, ainda há muitos relatos conflitantes e imprecisão em torno das investigações de busca. Se o tremor estiver efetivamente vinculado ao sumiço do avião, esta informação vai contradizer a possibilidade de que o avião tenha mudado radicalmente e propositalmente a rota em direção ao noroeste – o que fará das buscas ao Índico desnecessárias.
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O voo MH370 saiu no sábado (08/11) de Kuala Lumpur à 0h41 hora local (13h41 de sexta de Brasília) e chegaria a Pequim seis horas depois, mas desapareceu do radar uma hora depois da decolagem com 239 pessoas a bordo, entre elas 227 passageiros e 12 tripulantes. Uma frota internacional de 40 embarcações e 24 aviões cobrem uma superfície de 500 mil milhas náuticas quadradas (o equivalente a 1,71 milhões de quilômetros quadrados). A CIA não descarta a hipótese de terrorismo no caso.