Em uma cooperação sem precedentes nos últimos 40 anos, o governo norte-americano enviou especialistas para participar da reunião técnica convocada pela Alba (Aliança Boliviariana para os Povos de Nossa América), em Cuba, com o objetivo de coordenar estratégias de prevenção e luta contra o ebola na região. Os países romperam relação nos anos 1960.
Agência Efe
Cúpula da Alba foi realizada na última segunda-feira (20/10)
O encontro foi estipulado durante a cúpula extraordinária que a Alba realizou em Cuba na semana passada e da qual participaram 254 representantes de 32 países. Também foram convidados os integrantes da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos) e da OPS (Organização Pan-americana da Saúde).
O ministro da Saúde de Cuba, Roberto Morales, afirmou que o objetivo fundamental do encontro é o intercâmbio de critérios para enfrentar a doença. “Cada país tem que estar preparado para dar uma resposta [se surgirem casos]. Não teremos tempo para chegar a uma resposta internacional”, disse na abertura do encontro.
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Agência Efe
O diretor dos CDC (Centros para o Controle e Prevenção de Doenças) do governo dos Estados Unidos para a América Central, Nelson Arboleda, ressaltou a importância da união dos países para o controle do vírus. “Estamos apoiando os países e os ministérios da Saúde nas Américas para assegurar que tenham as capacidades adequadas para poder responder a uma possível introdução do ebola”.
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O programa inclui uma visita ao Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí, onde são treinados os profissionais que integram a brigada de funcionários médicos cubanos que participarão da luta contra o surto do vírus na África Ocidental.
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Cuba contra o ebola
Cuba se destacou no cenário internacional por enviar mais de 250 profissionais da saúde para cooperar com a luta internacional contra o ebola em Serra Leoa, Libéria e Guiné, na África Ocidental. A ação foi elogiada pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
Em editorial, o principal jornal dos Estados Unidos, The New York Times, destacou o trabalho desempenhado pelo país e ressaltou que, mesmo sendo Cuba uma “ilha empobrecida”, vai enviar “centenas de profissionais às linhas de frente da epidemia”, posição que deve ser “elogiada e copiada”, diz. O jornal pede ainda que Washington coloque à disposição das brigadas médicas cubanas equipes e capacidades logísticas norte-americanas.
Cuba e Washington não mantêm relações diplomáticas oficiais desde 1961. Apesar das reiteradas condenações da Assembleia Geral das Nações Unidas, os Estados Unidos mantêm, desde 1962, um bloqueio contra a ilha.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), 13.703 pessoas se infectaram com o vírus do ebola desde o início da epidemia em março.