O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, insistiu nesta quinta-feira (14/01) na indicação do antigo líder colono Dani Dayan como embaixador no Brasil. Até o momento, o Itamaraty não respondeu à indicação israelense, o que, em linguagem diplomática, significa uma recusa.
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Agência Efe
Entrevista coletiva foi concedida em Jerusalém
A relação diplomática entre os países estremeceu por causa da indicação de Dayan, que foi presidente do Conselho Yesha, organização que trabalha em prol dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, considerados ilegais pela comunidade internacional, e segue sendo um nome importante no movimento pró-assentamentos em terras palestinas.
“Dayan continua sendo meu candidato”, assegurou Netanyahu durante o encontro anual com a imprensa internacional que realizou em um hotel de Jerusalém.
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Em agosto de 2015, Israel designou o ex-líder colono em substituição do embaixador anterior, Raed Mansour.
Após informações desincontradas sobre uma possível retirada de sua candidatura, Dayan ressaltou, em seu Facebook, que continua no jogo:
Aclaro: minha nomeação como Embaixador no Brasil não foi retirada. Ao contrário. O PM Netanyahu me pediu continuar com ela e eu aceitei.
Posted by דני דיין – Dani Dayan on lunes, 11 de enero de 2016
O governo israelense referendou a nomeação em setembro, embora desde então o governo brasileiro não tenha respondido positivamente e, em mensagens despachadas em máxima confidencialidade, tenha esclarecido que preferiria outro candidato, que não representasse a colonização judaica em terras palestinas.
Para apoiar a posição brasileira, 41 diplomatas aposentados divulgaram, na última quinta-feira (07/01), uma carta na qual consideram ser “inaceitável” a forma como a indicação de Dani Dayan ocorreu.
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Há três semanas, e sem que se recebessem ainda notícias do Brasil, a vice-ministra das Relações Exteriores israelense, Tzipi Hotovely, instou o país a aceitar Dayan a fim de evitar uma crise diplomática.
“Temos relações crescentes com o Brasil”, disse Netanyahu ao ser perguntado pelo tema, mas ressaltando seu temor de que passos como o dado pela União Europeia, de etiquetar produtos procedentes de territórios ocupados por Israel como tais e não como israelenses, sejam o começo de outra era.
“Que a etiquetagem de pessoas seja o próximo passo depois dos produtos”, concluiu com ironia.
*Com agência Efe