Cerca de 200
manifestantes palestinos enfrentaram hoje (13) o Exército israelense
em um posto militar de Kalendia, ao norte de Jerusalém, na
Cisjordânia.
O protesto dos palestinos era contra o
prosseguimento da colonização israelense na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental anexada, depois de ser anunciada a
autorização da construção de 1.600 casas em um bairro de colonos
ultraortodoxos. Os árabes se manifestaram também contra o cerco
imposto ontem por Israel.
O Exército israelense cercou a
Cisjordânia e concentrou tropas de choque nos arredores da Cidade
Antiga de Jerusalém e bairros palestinos durante as orações
muçulmanas. Israel proibiu os palestinos de saírem da Cisjordânia
para o Estado judeu e para Jerusalém, e vetou a entrada de homens
com menos de 50 anos na mesquita de al-Aqsa, ponto de conflito e
lugar sagrado da Cidade Antiga.
Hoje, os manifestantes foram dispersados com o uso de
bombas de gás lacrimogêneo, depois que jogaram pedras contra os
militares, segundo a agência Reuters.
Seis manifestantes, quatro mulheres e dois
adolescentes, ficaram levemente feridos.
O Exército informou que quatro pessoas foram
detidas.
Israel anunciou nesta semana a decisão de
construir 1.600 novas casas nas colônias da Cisjordânia e de
Jerusalém Oriental, o que despertou críticas internacionais de que
a decisão poria em perigo o início das negociações com
os palestinos para reativar o processo de paz estagnado desde 2008.
Os confrontos de hoje aconteceram durante o
bloqueio total de 48 horas à Cisjordânia imposto por Israel, que
vai até a meia-noite de sábado para domingo.
O Exército autoriza apenas a passagem nos dois
sentidos dos casos humanitários e de representantes de instituições
religiosas e professores.
O Quarteto para o
Oriente Médio, formado pela ONU, União Europeia, Estados Unidos e
Rússia, condenou, ontem, a decisão de Israel de construir novas
casas no leste de Jerusalém, considerando que esta seria uma ação
unilateral e que pode afetar o futuro das negociações entre
israelenses e palestinos.
“O Quarteto decidiu acompanhar
de perto os eventos em Jerusalém” e alertou que se reservam a
possibilidade de adotar “novas medidas” caso a situação o
exija, apontaram os integrantes do grupo mediador em uma declaração
distribuída na ONU e que condena expressamente essas novas
construções.
O grupo, que se reunirá no próximo dia 19 em
Moscou para debater a situação do processo de paz do Oriente Médio,
pediu que palestinos e israelenses “retomem com urgência o
diálogo e promovam um ambiente que leve a negociações
bem-sucedidas que resolvam as diferenças, incluindo o status de
Jerusalém”.
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