O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, anunciou renúncia nesta quinta-feira (24/07) aos deputados do Parlamento. A decisão vem depois de uma cisão com políticos que não apoiaram seus projetos de lei, como os que propunham aumento ao financiamento do Exército e venda da metade de todos os gasodutos ucranianos a investidores estrangeiros.
Efe/ março
“É compreensível. Quem iria concorrer às eleições e votar ao mesmo tempo leis impopulares?”, declarou hoje Yatseniuk
“Anuncio minha renúncia devido à ruptura da coalizão e o bloqueio no Parlamento das iniciativas do governo”, declarou o premiê segundo a Reuters, após dois dos três partidos de sua base de apoio deixarem a aliança parlamentar.
“Não há dinheiro para comprar um fuzil, para pôr combustível nos tanques”, completou Yatseniuk de acordo com a Efe, apontando as necessidades do Exército ucraniano para pagar a investida militar contra os separatistas pró-Rússia na porção sudeste e russófona do país.
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O vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Vladimir Groisman, foi nomeado de forma interina para o cargo. Groisman, de 36 anos, tinha assumido a direção da comissão governamental de investigação da tragédia com o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines, que caiu com 298 pessoas a bordo no leste da Ucrânia, em uma região controlada por separatistas pró-Rússia.
Natural de Vinnitsa, no centro-oeste da Ucrânia, Groisman tornou-se prefeito da cidade em 2006, e foi nomeado vice-primeiro-ministro do governo ucraniano em fevereiro deste ano, depois da queda do ex-presidente Viktor Yanukovich. Casado e com três filhos, Groisman não é filiado a nenhum partido político.
Arseni Yatsneniuk foi convidado para assumir o cargo de premiê no dia 25 de janeiro deste ano pelo então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich – deposto pouco menos de um mês depois. A entrada de Yatsneniuk, uma das principais vozes da oposição, foi uma tentativa do então chefe de Estado para frear a crise que resultou na anexação da Crimeia pela Rússia e que se arrasta até hoje.
A tensão entre Ucrânia e Rússia aumentou nos últimos dias, com a troca de acusações após a queda do avião da Malaysia Airlines na fronteira entre os dois países. O desastre aéreo aconteceu em Donetsk, palco dos confrontos entre militantes de Kiev e separatistas pró-Moscou. Na quarta (23/07), o governo ucraniano afirmou que manifestantes pró-Rússia derrubaram dois aviões militares perto da cidade de Snezhnoe, na mesma região do voo MH17.
Efe
Milícias pró-Rússia vigiam região de Donetsk, onde avião caiu carregando 298 pessoas