O exército sírio atacou nesta sexta-feira (10/06) a cidade de Yisr al Shugur, região noroeste do país, onde 120 pessoas morreram no último dia 6, coincidindo com uma nova jornada de repressão aos protestos, que resultou na morte de pelo menos 23 manifestantes, segundo grupos opositores.
Apoiado por tanques, o exército sírio iniciou nesta sexta-feira o assédio a Yisr al Shugur, na província de Idlib, e das cidades nos arredores, após acusar grupos terroristas não identificados pela morte, na segunda-feira passada, de 120 pessoas, em sua maioria militares.
No entanto, os grupos opositores sírios negam a existência de grupos armados e sugeriram que o ataque desta região do noroeste se deve à deserção de vários membros do exército que se uniram aos manifestantes.
Esta informação, entretanto, não pôde ser confirmada, devido ao total controle da informação por parte do regime e se apoia, principalmente, na divulgação de vários vídeos de oficiais do exército sírio pelo canal de televisão Al Jazeera, que mostra alguns militares anunciando sua deserção e condenando a repressão contra os cidadãos.
A preparação do ataque, que durou vários dias, estendeu o medo entre os habitantes da região, fronteiriça com a Turquia, e, segundo fontes oficiais turcas, pelo menos 3 mil sírios cruzaram a fronteira com o país vizinho até esta sexta-feira.
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No ataque a Yisr al Shugur, campos de cultivo e áreas florestais foram incendiados e, enquanto a oposição acusou o exército de cometer esses crimes, a televisão síria disse que se tratavam de ações de grupos terroristas.
Enquanto o ataque militar continua, milhares de manifestantes voltaram a sair às ruas nesta sexta-feira em diversas cidades do país após a oração muçulmana do meio-dia para pedir a renúncia do presidente sírio, Bashar al Assad, em uma nova jornada de protestos.
Segundo vários sites de grupos opositores, milhares de manifestantes protestaram em cidades como Qamishly, nordeste, Deir al Zor, leste, Aleppo, noroeste, Hama e Homs, no centro, Deraa, no sul, entre outras.
No entanto, a televisão estatal informou que houve apenas algumas concentrações limitadas após a oração e ressaltou que grupos armados dispararam contra as forças de segurança e a população civil em diferentes regiões do país.
Pelo menos 23 pessoas morreram nesta sexta-feira, como denunciou o grupo opositor Sham, segundo o qual as Forças de Segurança dispararam de helicópteros para tentar dispersar os manifestantes em uma cidade de Idlib, no noroeste.
Em seu site, a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que dez pessoas morreram na província de Idlib, onde se encontra Yisr al Shugur, nove na região litorânea de Latakia, no noroeste, duas no bairro Al Qabun, em Damasco, e outras duas em Basra al Harir, no sul.
No entanto, o site não ofereceu mais detalhes sobre as vítimas.
Segundo a versão da televisão estatal, vários membros das forças de segurança da cidade morreram ou ficaram feridas em um ataque de grupos terroristas armados contra uma delegacia.
Desde que eclodiram os protestos políticos, em meados de março passado, o regime de Al Assad tentou reprimi-los sem sucesso.
Mais de mil manifestantes já morreram no país como consequência da repressão aos protestos.
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