Durante visita oficial a Cuba, o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, afirmou que os cidadãos salvadorenhos presos na ilha por acusações de terrorismo pagam uma pena justa por seus crimes e que este não deve um dos assuntos tratados pelas autoridades dos dois países.
“Respeitamos o sistema jurídico e penal cubano, os salvadorenhos que estão aqui estão cumprindo as condenações pelos crimes cometidos”, disse Funes a jornalistas após uma visita à Escola Latinoamericana de Medicina de Havana nesta terça-feira (5/10). O presidente afirmou também que o assunto “não foi mencionado” porque não está na agenda da visita e não é uma de suas prioridades.
Efe
Funes chegou nessa segunda-feira a Havana, na primeira visita de um líder salvadorenho em 50 anos
Esta é a primeira visita de um presidente salvadorenho a Cuba dos últimos 50 anos. Os dois países haviam rompido relações diplomáticas em 1961 após a revolução cubana. Por isso, a visita de Funes a Havana gerou críticas dos políticos conversadores, principalmente d a Arena (Aliança Republicana Nacionalista), partido que governou o país por 20 anos.
Em julho deste ano, o salvadorenho Francisco Antonio Chávez Abarca foi preso em Caracas quando tentava entrar no país com documentos falsos. Dias depois, foi extraditado para Havana. Chávez Abarca foi procurado por anos pela justiça cubana e pela Interpol (Polícia Internacional) por ser acusado de cometer atentados terroristas em centros turísticos da ilha, cumprindo ordens do oposicionista do regime cubano Luis Posada Carriles.
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Recentemente, Chávez Abarca confessou a autoria dos ataques em Havana em um documentário da televisão cubana, definiu-se como terrorista e disse que planejava ataques contra a Venezuela nas eleições legislativas realizadas no dia 26 de setembro.
Outros dois salvadorenhos, Raúl Ernesto Cruz León e Otto René Rodríguez Llerena, foram condenados à morte por terem colocado bombas em pontos turísticos. Apesar de a pena ter sido anunciada em 1997 e em 1999, respectivamente, os dois ainda não foram executados. Sob Cruz Leon, pesa a responsabilidade de um atentado contra o Hotel Copacabana, em Havana, que matou o turista italiano Fabio Di Celmo no dia 4 de setembro de 1997. Naquele dia, ele tinha colocado explosivos em mais dois hotéis da capital cubana. Dias depois, o salvadorenho confessou em rede de televisão a autoria do crime.
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“É um réu confesso e nós não temos por que advogar por alguém eu confessou os crimes que cometeu”, disse Funes, citado pela agência Efe.
Já Luis Posada Carriles, ex-agente da CIA, é procurado pelo governo cubano por ter cometido um atentado contra o voo 455 da empresa Cubana de Aviação em 1976. Carriles colocou duas bombas no avião que havia saído da ilha de Barbados para a Jamaica com destino a Havana. O atentado matou as 73 pessoas que estavam a bordo – 57 cubanos, 11 guianenses e cinco norte-coreanos.
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